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Bel Pesce dá dicas sobre como empreender com inovação

Em entrevista exclusiva ao Terra, jovem empreendedora brasileira formada no MIT fala sobre como fazer negócios implementando inovações

16 dez 2015 - 10h09
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Com apenas 27 anos de idade, o currículo de Bel Pesce impressiona. Graduada em Engenharia Elétrica, Ciências da Computação, Administração, Economia e Matemática no prestigiado MIT (Massachusetts Institute of Technology), a jovem paulistana  passou por grandes empresas de tecnologia, como as gigantes Google e Microsoft.

A jovem empreendedora Bel Pesce
A jovem empreendedora Bel Pesce
Foto: Divulgação

Após sete anos vivendo nos Estados Unidos, decidiu retornar ao Brasil, onde fundou a escola de empreendedorismo FazINOVA. Lançou também um livro, chamado “A Menina do Vale”, em que relata suas experiências na região do Vale do Silício. Por essas credenciais, foi eleita uma das trinta jovens mais promissoras do Brasil pela revista Forbes.

Nesta entrevista, Bel Pesce  diz , entre outras coisas, que há sempre espaço para procurar soluções inovadoras e que o bom empreendedor precisa ter iniciativa, para tomar decisões e levá-las adiante, e  resiliência, para saber se levantar depois das quedas.  Confira.

Que característica um empreendedor deve ter para implementar ideias inovadoras em seu negócio?

Considero relevante para todo tipo de empreendedor ter disposição para desenvolver habilidades comportamentais para o seu projeto. É preciso ter uma visão de onde se quer chegar e iniciativa para tomar decisões e levá-las adiante. Também é fundamental ter resiliência para saber se levantar depois das quedas.  Para mim, habilidades comportamentais englobam saber usar os recursos que se tem às mãos, em vez de reclamar dos recursos que faltam. Tudo isso é muito relevante.

Em sua opinião os empreendedores brasileiros têm vocação para ideias inovadoras e criativas?

Sim. Quanto mais desafiador o ambiente onde vivemos, mais somos forçados a criar soluções inovadoras. E, nesse aspecto, o brasileiro sabe desenvolver inovações porque ele aprendeu a sobreviver a partir dessas soluções inovadoras. Por outro lado, há leis e burocracias que acabam dificultando esse processo criativo.

Que medidas são fundamentais para que um país incentive a geração de negócios com base em novas ideias e conceitos? Em que o Brasil acerta e em que falha nesse aspecto?

Eu separaria essa questão em dois aspectos. Primeiro, há um lado mais estrutural – as leis de faturamento, tributárias e trabalhistas. Precisamos de uma mudança nesse cenário para que haja o fomento da meritocracia e incentivos para uma maior velocidade na criação de ideias. O sujeito que começa a empreender não pode ser aniquilado por regras burocráticas que o atropelam.

Outro lado dessa história é o modo de pensar do brasileiro. Aqui, há a seguinte ideia: se eu errar, sou um perdedor. Portanto, não vou me arriscar por ter medo de me tornar um derrotado. É necessário desmistificar o empreendedorismo no Brasil e mostrar que é um processo que envolve tentativa e erro. Ele surge de grandes ideias, mas envolve pequenas execuções que geram aprendizado diário. Essa mudança de mentalidade vai fazer com que as pessoas tenham menos medo de serem audaciosas e, assim, tenham mais vontade de criar funções inovadoras. Por definição, inovador é algo que nunca foi feito. Então, nunca há uma resposta exata para saber se aquilo vai dar certo.

Há áreas de negócios, como às ligadas à tecnologia, que são mais abertas a ideias inovadoras, ou a inovação pode ter espaço em qualquer área?

Há sempre espaço para procurar soluções inovadoras. Em todas as áreas, inclusive nos ambientes mais “quadrados” – até mesmo para quem trabalha com questões legislativas específicas, por exemplo. Todos os ramos estão sendo mudados pela tecnologia.  Todos os segmentos têm partes que estão sendo parcialmente automatizadas.

Que estrutura uma empresa deve promover para que seus funcionários estejam motivados a colaborar com novas ideias e não sejam consumidos pela inércia no trabalho diário?

Acho que isso tem muito a ver com a própria estrutura do país. Se um sujeito que  arrisca e erra for considerado um perdedor e  mandado embora, não haverá incentivo para que os funcionários fomentem soluções inovadoras. A pessoa vai viver com um medo constante. Portanto, é preciso fazer com que os trabalhadores se sintam protagonistas dentro das empresas. Todos ganham com isso. Reforço que essa é das questões mais importantes: as pessoas não podem ter medo de colaborar com ideias novas.

Fonte: Cross Content
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