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Antes de fechar aporte no Inter, SoftBank negociou com Nubank

Grupo japonês e startup brasileira tiveram rodadas de conversas, mas não chegaram a acordo, segundo fontes do mercado; Inter acabou sendo 'segunda opção'

30 jul 2019 - 19h19
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Responsável por liderar rodadas de investimentos que já injetaram quase US$ 700 bilhões em startups brasileiras, o SoftBank tinha outra opção no mercado de fintechs local antes de investir no Banco Inter: o Nubank.

Segundo apurou o Estado, o grupo japonês e a empresa do cartão de crédito roxo estiveram em tratativas para investimentos - em abril, a cofundadora do Nubank, Cristina Junqueira, chegou a participar de um jantar com Marcelo Claure, diretor de operações e líder do fundo latino de US$ 5 bilhões que o SoftBank montou por aqui. Outros participantes do jantar, como Gympass, Loggi e Rappi, acabaram recebendo aportes dos japoneses.

De acordo com fontes do mercado, o motivo pelo qual o aporte no Nubank não foi realizado foi um desacordo entre as duas partes sobre o valor que o SoftBank investiria na brasileira e a avaliação de mercado que ele traria ao negócio. O acordo anunciado na última sexta-feira pelo Nubank, com aporte de US$ 400 milhões liderado pelo fundo do Vale do Silício TCV, acabou sendo mais vantajoso.

Na sexta-feira, ao Estado, Cristina Junqueira desconversou sobre o assunto. "Sempre conversamos com fundos, mas o que temos para anunciar agora é este aporte." Na ocasião, o Nubank acabou avaliado em US$ 10 bilhões - mais de um quarto do valor de mercado do Banco do Brasil. A avaliação era semelhante à que o Nubank conquistaria com o SoftBank, segundo publicou o site americano Vox em junho, mas os valores do investimento provavelmente seriam diferentes.

Para Felipe Matos, autor do livro 10 Mil Startups, o Inter acabou sendo a "segunda melhor opção disponível no mercado", por já ter um histórico de bons resultados e ser "nativo digital". Outras fintechs brasileiras badaladas, como o C6 Bank, que está prestes a entrar em funcionamento, teriam sido preteridas pelo primeiro quesito. "É uma companhia que, embora tenha nascido com pedigree, ainda precisa se provar, enquanto o SoftBank busca empresas já mais estabelecidas."

Procurado pela reportagem para comentar o assunto, o Nubank disse que não ia se manifestar.

Estadão
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