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Huawei revela sistema operacional Harmony

9 ago 2019 - 14h30
(atualizado às 18h27)
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A Huawei Technologies revelou nesta sexta-feira seu sistema operacional proprietário Harmony para smartphones e outros dispositivos eletrônicos, depois que restrições impostas pelos Estados Unidos ameaçaram interromper o acesso da empresa a tecnologias norte-americanas como o sistema Android.

Logotipo da Huawei é visto no aeroporto internacional de Shenzhen, China.  22/7/2019. REUTERS/Aly Song/File Photo
Logotipo da Huawei é visto no aeroporto internacional de Shenzhen, China. 22/7/2019. REUTERS/Aly Song/File Photo
Foto: Reuters

A Huawei afirmou que por enquanto vai manter em seus aparelhos o sistema operacional do Google, Android, e que o Harmony vai ser gradualmente implementado em aparelhos como relógios inteligentes, alto falantes e óculos de realidade virtual.

O novo sistema operacional é parte da tentativa da Huawei de desenvolver suas próprias tecnologias, desde chips a software, para reduzir sua dependência de empresas norte-americanas em meio à intensificação da guerra comercial iniciada por Washington contra Pequim.

"O Harmony OS é completamente diferente do Android e do iOS", disse Richard Yu, diretor do grupo de negócios de consumo da Huawei. Ele se referiu aos sistemas do Google e da Apple.

"Você pode desenvolver seus apps uma única vez e implementá-los de maneira flexível em uma série de dispositivos diferentes", disse o executivo durante conferência de desenvolvedores da Huawei em Dongguan, no sul da China, onde a empresa construiu um novo campus.

Yu afirmou ainda que a Huawei não decidiu ainda se vai continuar a usar o Android em seus produtos.

A Huawei não é a primeira grande empresa de tecnologia a buscar desenvolver um robusto ecossistema em torno de sua própria plataforma. A rival sul-coreana Samsung tem usado seu próprio sistema operacional Tizen em smartwatches e televisores.

Mas as tentativas da Samsung para disseminar o Tizen perante um mundo dominado pelo Android têm sido dificultadas pela falta de apoio entre os desenvolvedores.

Marko Yang, um investidor em estúdios de software que participou da conferência da Huawei, porém, afirmou que acredita que o tamanho do mercado chinês pode ajudar a companhia chinesa a superar problemas como os enfrentados pela Samsung. A Huawei afirma que há mais de 800 mil desenvolvedores em seu ecossistema de produtos.

"O mercado chinês é enorme, há muitos usuários e eles têm múltiplas demandas e atender estas demandas vai resultar em muitos aplicativos e produtos. Quando isso acontecer vai criar um ecossistema central e o mercado chinês vai se espalhar para outros países", disse Yang.

Yu também afirmou que para atrair desenvolvedores, a Huawei está reduzindo sua comissão para 10 a 15 por cento ante taxas de 30 por cento cobradas por Apple e Google.

Zhang Ping'an, presidente do serviço de computação em nuvem para usuários finais da Huawei, afirmou a jornalistas que a companhia planeja investir 1 bilhão de dólares para apoiar desenvolvedores, 80 por cento disso fora da China. O prazo do investimento é de cinco anos, disse a Huawei.

Uma nova "tela inteligente", um produto de televisão conectada à internet, será revelado no sábado e será o primeiro aparelho a usar o Harmony, chamado de Hongmeng em chinês, afirmou a Huawei. A empresa planeja lançar o sistema operacional para outros aparelhos até 2022.

Yu afirmou que o Harmony terá código aberto e que pretende ser mais seguro e eficiente que seus rivais atuais no mercado.

Mais de 4 mil desenvolvedores da Huawei trabalham no Harmony, disse Yu. Pessoas a par do assunto dizem que o Harmony não está sendo desenvolvido para competir com o Android, mas é mais parecido com o Fuchsia, do Google, sistema operacional de código aberto desenvolvido para ser usado em gadgets e que pode incluir desde smartphones a dispositivos de Internet das Coisas.

Yu também disse que será difícil para a Huawei cumprir sua meta anterior de se tornar a maior fabricante de smartphones do mundo em envios este ano, devido às restrições dos EUA impostas em maio, mas espera poder manter o segundo lugar.

A empresa teria sido capaz de vender 300 milhões de smartphones este ano sem as restrições. A companhia comercializou 118 milhões de unidades no primeiro semestre.

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