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Usuário comum determina as demandas das empresas de tecnologia

Executiva afirma que tendências são geradas pelos usuários e que as empresas precisam estar em contato para gerar receita e entender o mercado

19 jul 2013 - 14h00
(atualizado às 14h00)
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<p>Mary Hope McQuiston, diretora de Marketing da área de Consumo da Autodesk, destaca relevância do segmento para posicionamento das companhias em um mundo do futuro</p>
Mary Hope McQuiston, diretora de Marketing da área de Consumo da Autodesk, destaca relevância do segmento para posicionamento das companhias em um mundo do futuro
Foto: Déborah Salves / Terra

Um download para um aplicativo pode parecer pouco, mas milhões significam geração de renda e a formação de uma comunidade de usuários. O contato com essa comunidade, lógico, gera mais renda, mas além disso implica em estar por dentro das tendências de consumo e mesmo de demandas comerciais do futuro.

Esses são alguns motivos apontados por Mary Hope McQuiston, diretora de Mareting da área de Consumo da Autodesk, para o interesse das companhias nesse público. Mary Hope detalha por que as pessoas comuns são o novo foco das grandes empresas, para além do big data, e quais as oportunidades e desafios que o mercado oferece.

Segunda ela, há uma inversão, na sociedade atual, na adoção de novas tecnologias. "Antes, eram as empresas e os governos que primeiro compravam as novidades. Hoje, são os consumidores que abraçam os lançamentos primeiro", diz. "Tenho um smartphone, pessoal, que me permite fazer transações bancárias e compras, e quando chego no escritório me pergunto: por que aqui não é tão fácil?'", ilustra, sobre a inversão em quem usa antes as novas tecnologias.

Outra característica desse indivíduo moderno e que o faz público potencial a aplicativos é o fato de ele estar sempre conectado, em dispositivos móveis, usando a nuvem e compartilhando em redes sociais. "Por isso, precisamos repensar o que é o software, que tipo de ferramenta ele é", reforça Mary Hope.

Executiva afirma que desafio com cliente comum é maior do que com profissionais, já que esses últimos são mais tolerantes
Executiva afirma que desafio com cliente comum é maior do que com profissionais, já que esses últimos são mais tolerantes
Foto: Divulgação

A executiva também aponta uma "volta ao mundo físico", em uma sociedade cada vez mais digital e virtual. "As pessoas querem criar, querem construir coisas, querem se expressar - e isso inclui compartilhar", descreve. A personalização também aparece com destaque nesse aspecto.

De particular importância para empresas como a Autodesk, com histórico de atuação no universo das empresas, há ainda o fato de que "todo profissional também é um consumidor". Na prática, além de ampliar o escopo, a companhia que se dedica aos usuários comuns também consegue "aprofundar e manter o relacionamento com os clientes corporativos".

Mais e melhor

O mercado também amplia muito quando o cliente é a pessoa comum, continua a executiva. Em três décadas, a companhia que ela representa atingiu a marca de mais de 17 milhões de usuários profissionais. Em menos de três anos, já são mais de 130 milhões de usuários nos aplicativos para clientes pessoa física. "Os apps são uma forma de atingir e engajar consumidores individuais", reforça Mary Hope.

Engajar o usuário significa fazer com ele volte e use o serviço novamente. "Em dez minutos, 10 mil usuários fazem login em nossos serviços", diz a diretora de Marketing, "só no Instructables (app para compartilhamento de projetos em estilo faça-você-mesmo), são 15 milhões de usuários únicos por mês".

Outro desafio é manter a satisfação dos usuários. "Temos meio segundo", diz. O consumidor também é bem mais exigente do que o cliente corporativo, ressalta. "O usuário perdoa menos que os profissionais."

E esse grupo é importante, também, porque é ele quem determina as futuras demandas do mercado, continua a executiva. "As necessidades do consumidor hoje são as necessidades das empresas amanhã", prevê.

O início da revolução

Foi um pequeno grupo de funcionários que iniciou a revolução na Autodesk. Os desenvolvedores da equipe do Sketchbook, software de desenhos e pinturas digitais, acharam que o programa deveria ganhar uma versão para dispositivos móveis. "Eles não pediram autorização, simplesmente criaram o app", descreve a executiva. Em duas semanas, o aplicativo atingiu um milhão de downloads. "Então os executivos falaram: 'uau!'. Foi quando viram que existia uma oportunidade de atingir indivíduos, além dos profissionais do mundo corporativo", continua.

Instructables, para quem gosta de faça-você-mesmo, é o próximo app a ganhar versão em português
Instructables, para quem gosta de faça-você-mesmo, é o próximo app a ganhar versão em português
Foto: Divulgação

Aumento de receita

Para monetizar os apps, as estratégias da Autodesk incluem apps pagos, compras a partir dos aplicativos (as chamadas compras in-app), assinaturas e anúncios. "Até agora, vínhamos nos focando em acumular conhecimento, entender esse consumidor.", explica Mary Hope, destacando que o próximo passo - gerar renda - exige uma abordagem "muito diferente" da adotada com produtos para o mercado corporativo.

Ela explica que a assinatura poderia oferecer mais espaço na nuvem para arquivar projetos, descontos em revendedores parceiros para a compra de peças (para criações faça-você-mesmo, por exemplo), conteúdo premium, entre outros. Os anúncios, ela destaca, precisam ser tão criativos quanto a comunidade a que se destinam. Se não forem "contextuais e relevantes", eles afetarão a experiência do usuário, argumenta a executiva.

Mercado especial

A diretora de marketing da Autodesk ainda destaca a importância de ter profissionais que entendem o mercado. As duas formas que a empresa encontrou para atingir esse patamar são a contratação de especialistas e aquisição de startups, como a Socialcam, do aplicativo homônimo de gravação, edição e compartilhamento de vídeos.

Michael Seibel, cocriador e ex-CEO do app Socialcam, é um dos talentos agregados pela Autodesk através da aquisição de startups
Michael Seibel, cocriador e ex-CEO do app Socialcam, é um dos talentos agregados pela Autodesk através da aquisição de startups
Foto: Divulgação

"São profissionais que pensam diferente, que não têm esse passado no desktop, eles têm cabeças diferentes", elogia. Dos 7 mil funcionários da companhia no mundo, apenas cerca de 200 trabalham na divisão de Consumo.

Contratações no Brasil

Mary Hope afirma que em breve pode haver contratações no Brasil, segundo maior mercado da companhia no segmento de Consumo. "Não fizemos nada, eles nos descobriram e baixaram os produtos", diz, sobre os brasileiros que usavam os apps antes mesmo de haver tradução.

O Homestyler, de simulação virtual de decoração, o Pixlr, de edição de fotos, e o Socialcam já estão em português. O Sketchbook, de pinturas e desenhos digitais, estreou na última quarta-feira no idioma nacional, e será seguido pelo Instructables, no final de 2013.

Para entender o mercado e "facilitar e estimular" o engajamento dos brasileiros com os apps da companhia americana, a empresa deve buscar alguém nascido por aqui, que "entenda a cultura e identifique as melhores parcerias", entre outras características. O "interessante e relevante" mercado verde-amarelo, segundo Mary Hope, tem como características ser grande, com adoção rápida de novas tecnologias, e "herdeiro de criatividade".

Fonte: Terra
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