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Movimento da energia livre quer eletricidade de graça

Experimentos no fisl mostram como obter energia de qualquer lugar e sem precisar de centrais distribuidoras

7 jul 2013 - 10h03
(atualizado às 10h03)
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Engenheiro metalúrgico Thomas Soares expõe experimentos com bobinas em área de energia livre
Engenheiro metalúrgico Thomas Soares expõe experimentos com bobinas em área de energia livre
Foto: Eduardo Seidl/Indicefoto / Divulgação

As tecnologias livres vão além dos programas de código aberto, e no Fórum Internacional Software Livre, realizado até sábado em Porto Alegre, outras iniciativas têm espaço. É o caso dos experimentos do engenheiro metalúrgico Thomas Soares, que abordam a questão da energia livre.

O conceito parte da ideia de independência energética, explica Soares ao Terra. "É a ideia de cada um ser dono do seu próprio gerador de energia, como no software livre, cada um é dono do próprio software", compara. Além do investimento inicial no equipamento, não seria necessário pagar uma conta, a energia seria grátis.

Soares trabalha com bobinas eletromagnéticas, que teriam capacidade para alimentar uma casa inteira, dispondo algumas baterias para o armazenamento e distribuição. "Mas ainda é preciso aprimorar a tecnologia para que ela seja realmente potente", argumenta. É em busca de apoio para esse desenvolvimento que ele trouxe os experimentos para o fisl.

O engenheiro conta que tentou financiamento do governo para transformar a pesquisa que desenvolve "no quintal" em um estudo maior, mas não conseguiu. "Demanda tempo e esforço para que isso seja aprimorado." No Brasil, ele diz que ainda não há ninguém debruçado sobre a tecnologia em questão, mas no exterior há órgãos que a pesquisam.

Segundo Soares, são os interesses econômicos que impedem o que ele chama de "revolução energética". Isso porque, se cada casa ou condomínio tivesse sua forma independente de gerar energia, não seria mais necessário ter uma companhia elétrica para esse trabalho e para a distribuição - daí o paralelo com as empresas de software fechado.

"Se houver um apagão, e vai haver, minha família continua tendo energia", reforça o pesquisador. Na casa em que mora em Porto Alegre, ele tem aquecimento solar da água, placas fotovoltaicas e um cata-vento. "Não me preocupo com quando vou ter o retorno desse investimento, mas com a minha independência energética", afirma.

De acordo com o engenheiro, o sistema de bobinas custaria menos de R$ 10 mil para implantar em uma casa, sendo cerca de R$ 4 mil em baterias e R$ 2 mil em um gerador potente. A manutenção maior seria das baterias, que têm tempo de vida útil - mas que, segundo Soares, duram cerca de dez vezes mais quando carregadas por pulso, como no sistema de bobinas.

Disponível em qualquer lugar

O experimento de bobinas de Soares se baseia no potencial energético do éter, chamado na física quântica de campo de flutuações quântico. "Supunha-se que o éter existia e que era o meio que conduzia as radiações do Sol, assim como o som precisava de um meio. Einstein ajudou a provar que o éter não existia, mas recentemente descobriu-se que ele existe, sim", simplifica.

Relé usa duas baterias de 9V em paralelo para iniciar bobina e gerar cerca de 23V para carregar bateria do celular
Relé usa duas baterias de 9V em paralelo para iniciar bobina e gerar cerca de 23V para carregar bateria do celular
Foto: Déborah Salves / Terra

O éter pode ser "perturbado", continua, e dessa forma é possível extrair energia do campo. "É como a água de uma represa, que quando você libera e passa nas turbinas, gera energia", ilustra. Como o éter está em toda a parte, seria possível extrair energia de qualquer lugar. "Uma nave espacial não precisaria de combustível, por exemplo, poderia extrair energia do éter do espaço", afirma.

Entre os diferentes experimentos que ele exibe no fisl deste ano há o gerador magnético Bedini SSG - que parece uma roda de bicicleta - e até um carregador de celular, feito a partir do relé que movimenta o para-brisa do carro. Outro equipamento usa uma bateria de 9 volts para iniciar girar os imãs, que geram o campo magnético que varia de fraco a forte, gerando um pulso (transiente) de alta voltagem - suficiente para acender uma lâmpada que precisa de 90 volts. A lâmpada,  no caso do carregador de celular, é substituída pela bateria, que armazena a energia produzida pelos pulsos. 

Bobina de Tesla é atração no fisl:

No fisl os visitantes também podem ver um experimento semelhante, a bobina de Tesla. Soares explica que o princípio é o mesmo, só que em vez de a energia gerada ser armazenada em uma bateria, ela é liberada em forma de arco, direcionado à caixa isolada.

Fonte: Terra
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