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Google pode voltar à China com buscador 'censurado'

Segundo reportagem do site americano 'The Intercept', negociações começaram no ano passado e podem incluir bloqueio de sites e termos em específico; empresa saiu da China em 2010

2 ago 2018 - 12h38
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O Google está trabalhando em planos para relançar o motor de busca mais famoso do mundo na China. Não será um retorno simples, porém: segundo duas fontes familiarizadas com o assunto, a empresa desenvolve uma versão do buscador que poderá bloquear certos termos e sites específicos, para conseguir o aval do governo para retornar à China.

A notícia foi adiantada pelo site americano The Intercept, que teve acesso a documentos internos da empresa e fontes familiarizadas com o assunto. O Google está fora da China desde 2010; um retorno poderia significar a adesão de mais de 1 bilhão de usuários a muitos de seus serviços, hoje já bastante estáveis no Ocidente.

Segundo o The Intercept, o projeto para voltar à China se chama "Dragonfly" (voo do dragão) e está sendo desenvolvido desde 2017 - seu progresso incluiu um encontro entre Sundar Pichai, presidente executivo da empresa, e um alto funcionário do governo chinês. O Google se negou a comentar o assunto.

A versão final poderia ser lançada daqui a seis ou nove meses, dependendo da aprovação regulatória local, diz ainda o texto da publicação americana. Buscas sobre direitos humanos, democracia, religião e protestos pacíficos estão entre as que ficariam na "lista negra" do Google na China.

O tema foi criticado por ativistas pelos direitos humanos, incluindo a Anistia Internacional. "Seria um precedente complicado e poderia entregar ao governo chinês uma vitória", disse Patrick Poon, pesquisador da entidade na China, em um comunicado via email. "Também levanta preocupações sobre as garantias do Google para proteger a privacidade de seus usuários."

O Google não é a única empresa de tecnologia a querer entrar no mercado chinês - o Facebook já demonstrou planos para penetrar o maior mercado consumidor do mundo. A notícia também afetou o mercado chinês: após a publicação da reportagem, as ações do Baidu, empresa que é conhecida como "Google chinês" por ter um motor de busca famoso no país, caíram 7,7% na quarta-feira, 1º de agosto.

Estadão
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