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Google e Facebook ofereceram milhões para veículos de notícias. É suficiente?

10 jun 2021 - 12h30
(atualizado às 16h36)
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Enfrentando pressões regulatórias e políticas, Facebook e Google direcionaram nos últimos anos um valor combinado de 600 milhões de dólares em apoio a veículos de notícias globais, muitos deles negócios locais ou regionais naufragando na era digital.

Logos de Google e Facebook em ilustração referente a movimento das empresas em relação à imprensa na Austrália 
18/02/2021
REUTERS/Dado Ruvic
Logos de Google e Facebook em ilustração referente a movimento das empresas em relação à imprensa na Austrália 18/02/2021 REUTERS/Dado Ruvic
Foto: Reuters

Milhares de veículos de notícias receberam ajuda financeira e de outros tipos para tudo, da verificação de fatos à reportagem e ao treinamento, de acordo com os anúncios das duas empresas. Alguns editores expressaram gratidão por contribuições que consideraram como essenciais, já que a renda com propaganda despencou.

Mas vários analistas de mídia e executivos do setor de notícias disseram à Reuters que o financiamento - que deve durar três anos - não chega nem perto de compensar as dezenas de bilhões de dólares que os editores perdem enquanto as empresas de tecnologia engolem o mercado de propaganda digital. Google e Facebook responderam por 54% da renda de propaganda digital dos Estados Unidos em 2020, de acordo com a empresa de pesquisa de mercado eMarketer.

Alguns críticos rechaçaram os projetos, inclusive as contribuições de 300 milhões de dólares de cada empresa, por vê-los como maneiras de inviabilizar queixas de editores e criar boa publicidade. As duas empresas de tecnologia enfrentam batalhas de indenização por conteúdo noticioso em todo o mundo, assim como processos antitruste de agências reguladoras e de editores.

Esta "benevolência ocasional" é "uma gota no oceano", disse Maribel Perez Wadsworth, editora do USA Today e presidente da USA Today Network, que participa de um programa de verificação de fatos patrocinado pelo Facebook. "Os editores de notícias não estão querendo caridade. Estamos simplesmente pedindo uma chance real e uma área de atuação igualitária."

Emily Bell, diretora do Centro de Jornalismo Digital Tow da Universidade Columbia, disse que o dinheiro é vital para as redações no curto prazo. "Mas ele não é dado em um nível que tenha um efeito duradouro na área, e não está mudando nada."

As duas companhias disseram à Reuters que estão genuinamente comprometidas em ajudar veículos de notícias locais e regionais e que ambos continuarão a oferecer apoio depois que as iniciativas de 600 milhões de dólares vencerem em alguns meses.

O objetivo do Projeto de Jornalismo do Facebook é ajudar os editores a "fazerem a transição efetiva e prosperarem no mundo digital de hoje, onde têm que encontrar uma audiência muito específica para terem sucesso", disse Campbell Brown, chefe de parcerias de notícias do Facebook.

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