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Google confirma que rastreia usuários mesmo quando opção está desativada

Gigante de tecnologia mudou explicação de "histórico de localização" depois que veio à tona que empresa continuava coletando esse tipo de dado

17 ago 2018 - 14h54
(atualizado às 18h45)
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O Google atualizou esta semana sua página de ajuda na área de "Histórico de Localização", após reportagem da agência de notícias Associated Press revelar que vários aplicativos e sites do Google armazenam a localização do usuário, mesmo que os usuários tenham desativado esta opção. Na nova versão da página, a gigante americana diz que ainda rastreia os passos dos usuários mesmo que eles tenham pedido o contrário a configuração.

Segundo o Google, não houve uma alteração de políticas ou práticas, mas apenas uma indicação que o cancelamento da opção "não afeta outros serviços de localização no seu dispositivo". Ela também reconhece que "alguns dados de localização podem ser salvos como parte de sua atividade em outros serviços, como Pesquisa e Mapas".

Anteriormente, a página afirmava o seguinte: "com o Histórico de Localização desativado, as informações dos lugares em que você vai não são mais armazenados". A AP observou que a mudança ocorreu no meio-dia de quinta-feira, 16, três dias após a reportagem publicada pela agência de notícias.

Entenda. A investigação da AP constatou que, mesmo com o Histórico de Localização desativado, o Google armazena a localização do usuário quando, por exemplo, o aplicativo do Google Maps é aberto ou quando os usuários realizam pesquisas que não estão relacionadas à localização.

Em uma declaração a AP, o Google disse: "Estamos atualizando a linguagem explicativa sobre o Histórico de Localização para torná-la mais consistente e clara em nossas plataformas e centros de ajuda".

Jonathan Mayer, cientista da computação de Princeton e ex-tecnólogo chefe do departamento de fiscalização da agência regulatória americana Federal Communications Commission (FCC, na sigal em inglês), disse que a mudança de texto foi um passo na direção certa, mas não conserta a confusão subjacente criada pelo Google, que armazenava informações de localização de várias maneiras.

"A noção de ter duas maneiras distintas de controlar como os dados de localização são armazenados é intrinsecamente confusa", disse Mayer. "Não consigo pensar em qualquer serviço on-line importante que arquitetou suas configurações de privacidade de localização de maneira semelhante."

Crise. Grandes empresas de tecnologia estão sob crescente escrutínio sobre suas práticas de dados, após uma série de escândalos de privacidade no Facebook e novas regras de privacidade de dados recentemente adotadas pela União Europeia.

Críticos afirmam que a insistência do Google em rastrear as localizações de seus usuários decorre de seu impulso para aumentar a receita de publicidade.

No ano passado, o site de notícias Quartz descobriu que o Google estava rastreando os usuários do Android coletando os endereços das torres de celular próximas, mesmo que todos os serviços de localização estivessem desligados. O Google mudou a prática e insistiu que nunca gravaria os dados de qualquer maneira.

Estadão
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