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Funcionários do Google criticam NSA por suposto "grampo"

6 nov 2013 - 20h02
(atualizado às 20h12)
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Dois funcionários do Google envolvidos com o sistema de segurança da empresa criticaram publicamente a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos por ter supostamente espionado cabos que ligam data centers do Google.

<p>Google também teria sofrido espionagem pela agência americana de segurança</p>
Google também teria sofrido espionagem pela agência americana de segurança
Foto: Bobby Yip / Reuters

Ninguém da NSA ou do serviço britânico de inteligência, também acusado de participar da espionagem, "irá jamais se postar diante de um juiz e responder por essa subversão em escala industrial do processo judicial", escreveu Mike Hearn, engenheiro do Google, na terça-feira em sua página pessoal do Google+.

O jornal The Washington Post noticiou na semana passada, com base em informações passadas pelo ex-técnico de inteligência Edward Snowden, que a NSA teve acesso a um cabo submarino ou a um computador que distribuía o tráfego do Google e do Yahoo por meio de um provedor de telecomunicações não identificado.

Hearn, identificado no seu perfil do Google+ como sendo um engenheiro de software que vive em Zurique e trabalha para o Google desde 2006, disse na postagem que ele trabalha há dois anos num "sistema anti-hackeamento" do Google.

"Concebemos esse sistema para manter criminosos afastados. Não há ambiguidade aqui", escreveu Hearn. "Burlar esse sistema é ilegal por uma boa razão", disse ele, observando que o sistema judicial de mandados e regras sobre provas oferece uma forma eficaz e testada de impedir crimes ao mesmo tempo em que limita abusos contra a privacidade.

Hearn disse que estava mandando "um gigantesco f. para o pessoal que fez esses slides", ou seja, as ilustrações nos documentos vazados mostrando como a NSA poderia acessar os dados. Na semana passada, Brandon Downey, que se identifica como engenheiro de segurança de redes, fez comentários igualmente indignados na sua página pessoal do Google+. "Embora já suspeitássemos que isso estivesse acontecendo, ainda assim me entristece terrivelmente", escreveu ele. "Os EUA precisam ser melhores do que isso."

Uma pessoa próxima à empresa confirmou que Hearn e Downey são funcionários do Google. Ambos, no entanto, disseram estar falando em caráter pessoal, e o Google não quis comentar as postagens, embora na semana passada a empresa tenha se dito "ultrajada" com as revelações.

Um porta-voz da NSA disse na semana passada que "não é verdade" que a agência espione cabos submarinos fora do território dos EUA para burlar restrições jurídicas às suas atividades internas. O porta-voz alegou que o interesse da agência é encontrar informações sobre suspeitos estrangeiros de ameaçarem a segurança nacional norte-americana.

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