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'Foco será a segurança', diz novo chefe de centro tecnológico do Uber no Brasil

Executivo descarta trabalhar em carros autônomos no país; novo laboratório vai gerar R$ 250 milhões em investimentos

6 dez 2018 - 05h11
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O centro de desenvolvimento tecnológico do Uber no Brasil, que vai investir R$ 250 milhões nos próximos cinco anos, já está em operação na Vila Nova Conceição, em São Paulo. Agora, a divisão de pesquisas acaba de anunciar a chegada de seu novo chefe. Trata-se de Marcello Azambuja, que durante 15 anos trabalhou no portal Globo.com e ajudou a criar produtos digitais como o serviço de streaming Globoplay.

Azambuja conversou com o Estado e contou o que pretende desenvolver e que tipo de profissional deseja contratar. Aos mais empolgados, muita calma: ele garante que o centro não vai trabalhar em carros voadores ou carros autônomos - embora fontes da reportagem digam que especialistas em veículos que dirigem sozinhos foram sondados pela companhia. O foco deve ser segurança, processamento de dados e desenvolvimento de apps.

Confira os melhores momentos da conversa.

Quais os planos para o centro de tecnologia? O que pretendem desenvolver aqui?

Montar um time de 150 especialistas, que trabalharão de forma integrada com os nossos demais centros no mundo (Louisville, Nova York, Palo Alto, Pittsburgh, São Francisco e Seattle, nos EUA; em Amsterdã, Paris, Sofia e Vilnius, no continente europeu; e em Bangalore e em Hyderabad, na Índia), concentrando-se em tecnologias avançadas voltadas a desenvolver soluções de segurança para todo o mundo, como: sistemas distribuídos de alta escala, processamento de dados em tempo real, telemática avançada, machine learning e desenvolvimento móvel.

O que credenciou o Brasil para receber o centro de tecnologia?

O Uber acredita que as melhores soluções são resultado da diversidade de perspectivas, por isso buscamos sempre atrair talentos de todo o mundo para a empresa. O Brasil, além de ser o maior mercado do Uber fora dos Estados Unidos, é reconhecido pela capacidade de seus engenheiros. Portanto, ter um centro de tecnologia aqui reforça o compromisso da empresa com o País e representa mais um passo que tomamos para endereçar o tema da segurança, que é um desafio para toda a sociedade.

O carro autônomo do Uber está mais perto do Brasil? Esse centro de tecnologia pretende trabalhar no projeto de carro voador?

Não. O centro vai se concentrar em desenvolver tecnologias avançadas voltadas para soluções de segurança.

Podemos receber recursos experimentais no app antes de outros países?

Sim e isso não é novidade. Fomos o primeiro país a aceitar pagamento cash no app e o primeiro aplicativo no país a aceitar cartão de débito, sem a necessidade de inserção de senha, no momento da transação. Ao lado da Índia e do Egito, somos também um dos primeiros países a oferecer o Uber Lite: aplicativo de 5 MB, que otimiza o uso de dados, pode ser baixado rapidamente da Google Play Store e funciona em um piscar de olhos, mesmo em conexões lentas -- ideal para celulares Android antigos.

O que a sua experiência pode acrescentar para o desenvolvimento de projetos do Uber?

Nos meus 15 anos de Globo.com, enfrentei desafios de desenvolver tecnologias, criar produtos digitais, como no caso do Globoplay, e acho que meu maior legado foi formar um time forte: mais de 200 pessoas criativas e engajadas. Acredito que essa minha experiência em montar times de alta performance e construir produtos e plataformas digitais possa contribuir para que o Uber continue crescendo e se desenvolvendo como plataforma multimodal. Estou ansioso para aprender e me desenvolver com os desafios dessa empresa, que opera globalmente na velocidade das demandas e oportunidades locais.

Qual é o perfil de profissional que será contratado pelo centro de tecnologia?

Estamos recrutando engenheiros, desenvolvedores e pesquisadores de software, cientistas de dados e gestores de produto, entre outros. Além da especialização, é importante que esses profissionais tenham um perfil criativo, proativo, colaborativo e queiram mudar o mundo.

O Uber criou um serviço que as pessoas usam todos os dias e que, rapidamente, se transformou em sinônimo de inovação. O que fazemos aqui impacta a vida das cidades e isso aplicado a um centro que desenvolve tecnologia se multiplica exponencialmente. É importante ter essa dimensão, porque ela define muito da dinâmica e da intensidade do trabalho.

Também é super importante entender que a Uber acredita que grandes problemas só podem ser resolvidos coletivamente e a partir de múltiplos pontos de vista. Por isso, a empresa busca criar um time diverso e multidisciplinar. Isso não é diferente nos centros de tecnologia. Queremos criar um ambiente de trabalho que seja inclusivo e reflita a diversidade das cidades onde operamos, dando espaço a todo tipo de talento, independente de raça, idade, orientação sexual, identidade de gênero e credo religioso.

Estadão
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