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Facebook frustra anunciantes em meio a boicote contra discurso de ódio na plataforma

1 jul 2020 - 12h03
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Anúncios de mais de 400 marcas, incluindo Coca-Cola e Starbucks devem desaparecer do Facebook nesta quarta-feira, após o fracasso das negociações de última hora para impedir um boicote ao discurso de ódio na rede social.

REUTERS/Dado Ruvic
REUTERS/Dado Ruvic
Foto: Reuters

Grupos de direitos civis dos EUA mobilizaram as multinacionais para ajudar a pressionar a gigante de mídia social a tomar medidas concretas para barrar o discurso de ódio após a morte de George Floyd e em meio a um debate nacional sobre racismo.

Executivos do Facebook, incluindo Carolyn Everson, vice-presidente de soluções globais de negócios, e Neil Potts, diretor de políticas públicas, realizaram pelo menos duas reuniões com anunciantes na terça-feira, véspera do boicote programado para durar um mês, disseram três fontes que participaram das conversas à Reuters.

Mas os executivos não ofereceram novos detalhes sobre como abordariam o discurso de ódio, disseram as fontes. Em vez disso, eles apontaram para comunicados de imprensa recentes, frustrando os anunciantes, que acreditam que esses planos não fazem o suficiente.

"(O Facebook) simplesmente não está se mexendo", disse um executivo de uma grande agência de publicidade sobre as conversas.

O presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, concordou em se reunir com os organizadores do boicote, disse uma porta-voz na terça-feira.

O Facebook informou no início desta semana que se submeteria a uma auditoria sobre seus controles contra conteúdo de incitação ao ódio, anunciando planos para colocar alertas em conteúdo que viola suas políticas, seguindo práticas semelhantes em outras plataformas de mídia social, como o Twitter.

Um representante de uma agência de publicidade digital que participou das negociações de terça-feira disse que os executivos do Facebook se referiram repetidamente à auditoria, sem oferecer concessões adicionais.

Os executivos do Facebook entraram em contato com membros de conselho de administração e diretores de marketing dos principais anunciantes para convencê-los a não participar do boicote, disseram à Reuters duas pessoas informadas sobre as discussões.

Para o Facebook, é improvável que o boicote tenha um grande impacto financeiro. As 100 principais marcas no Facebook em 2019 provavelmente geraram apenas 6% da receita anual total de 70 bilhões de dólares da empresa, de acordo com nota da Morningstar citando dados da Pathmatics, que faz a mensuração dos tipos de publicidade na plataforma. O Facebook disse no ano passado que seus 100 principais anunciantes representavam menos de 20% da receita total de anúncios.

As notícias do boicote causaram uma perda 56 bilhões de dólares do valor de mercado do Facebook, após uma queda de 8% em suas ações na sexta-feira. Mas as ações se recuperaram 3% na terça-feira e exibiam alta de mais de 2% nesta quarta-feira.

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