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Facebook enfrenta obstáculos em novo impulso de anúncios na China

7 jan 2020 - 15h11
(atualizado às 15h29)
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O Facebook está montando uma nova equipe de engenharia em Cingapura para se concentrar em venda de publicidade na China, segundo três pessoas familiarizadas com o assunto, apesar do presidente-executivo da rede social, Mark Zuckerberg, ter elevado críticas sobre o país.

Painel do Facebook em convenção em Xangai, China 
05/11/2018
REUTERS/Aly Song
Painel do Facebook em convenção em Xangai, China 05/11/2018 REUTERS/Aly Song
Foto: Reuters

A equipe da sede do Facebook na Ásia-Pacífico está encarregada de desenvolver melhores ferramentas de anúncios para clientes chineses que precisam contornar as restrições da internet na China conhecidas como "grande firewall", disseram as fontes.

Uma das fontes descreveu a estratégia como primeira tentativa significativa do Facebook de desenvolver ferramentas de anúncios localizadas fora de sua sede no Vale do Silício, onde anteriormente eram desenvolvidos os projetos de engenharia relacionados à China.

O Facebook confirmou a criação da nova equipe e disse que ela tem como missão "Ásia em primeiro lugar" e que consiste de equipes que cuidam de produtos e "integridade dos negócios". U Uma porta-voz disse que a equipe servirá "a Ásia, bem como nossos anunciantes globais".

O Facebook vende mais de 5 bilhões de dólares por ano em espaço publicitário para empresas e agências governamentais chinesas que buscam promover suas mensagens no exterior, estimam analistas. Isso torna a China a maior fonte de receita do Facebook depois dos Estados Unidos, que registraram 24,1 bilhões de dólares em vendas de anúncios na plataforma em 2018.

DUAS CARAS NA CHINA

Mesmo cortejando anunciantes chineses, Zuckerberg adotou uma abordagem cada vez mais conflituosa com Pequim em 2019, coincidindo com a fiscalização sobre aplicativos chineses por Washington e novas pressões geradas por investigações sobre violações da legislação de defesa da concorrência nos EUA.

Em março, o executivo prometeu não construir centros de dados em países com "um histórico de violação de direitos humanos, incluindo violação de direitos à privacidade ou liberdade de expressão". Em outubro, ele citou especificamente a China, dizendo que "nunca poderíamos chegar a um acordo sobre o que seria necessário para operar lá".

Zuckerberg também se indignou com as redes sociais chinesas depois de acusar o TikTok, que surgiu como um grande rival nos EUA, de censurar manifestações políticas, acusação que a startup nega.

Mas as operações de vendas de publicidade do Facebook na China avançaram.

No ano passado, o Facebook levou pelo menos uma dúzia de grandes clientes chineses em viagens à Índia e ao Oriente Médio e mostrou a eles dados sobre consumidores locais para incentivá-los a aumentar a publicidade nessas regiões, em vez de apenas nos Estados Unidos, disse uma das fontes.

O Facebook exige que as pessoas que anunciam na plataforma tenham um perfil em sua rede social. Os clientes na China podem acessar sites barrados no exterior, como o Facebook, por meio de redes virtuais privadas (VPNs), que permitem que os usuários alterem seu local de navegação para um país diferente.

Mas algumas empresas chinesas estão preocupadas com a criação de perfis diante das regras de censura, portanto, a criação de uma solução alternativa que possa eliminar a necessidade de um VPN surgiu como uma prioridade.

Greg Paull, diretor da consultoria de publicidade R3, disse que seus clientes chineses usam porta-vozes e lojas online de maneira diferente dos clientes ocidentais. O Facebook também pode desenvolver ferramentas de comércio eletrônico para anunciantes chineses organizarem influenciadores e estabelecerem fachadas de lojas, disse ele.

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