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Executiva do Uber anuncia demissão em email após investigação sobre discriminação

11 jul 2018 - 10h48
(atualizado às 12h16)
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A vice-presidente de recursos humanos do Uber, Liane Hornsey, pediu demissão do cargo em um email enviado à equipe na terça-feira, após uma investigação sobre como ela lidou com alegações de discriminação racial na empresa.

Logo do Uber em iPad durante coletiva de imprensa da empresa
13/04/2017 
REUTERS/Tyrone Siu
Logo do Uber em iPad durante coletiva de imprensa da empresa 13/04/2017 REUTERS/Tyrone Siu
Foto: Reuters

O pedido de demissão acontece após a Reuters entrar em contato com o Uber na segunda-feira a respeito da investigação anteriormente não divulgada sobre acusações anônimas de que Hornsey teria sistematicamente rejeitado queixas internas de discriminação racial.

Hornsey é a chefe do departamento de recursos humanos do Uber e uma das principais porta-vozes da empresas sobre assuntos de diversidade e discriminação. Ela ocupava a posição há cerca de 18 meses, conforme a empresa foi abalada por queixas sobre discriminação de gênero e assédio sexual.

As alegações levantam dúvidas sobre os esforços do presidente-executivo, Dara Khosrowshahi, de mudar a cultura tóxica da empresa depois de assumir o cargo em agosto do ano passado, com a saída do antigo presidente-executivo Travis Kalanick, na esteira de uma série de escândalos.

Khosrowshahi elogiou Hornsey em um emails enviado aos funcionários e visto pela Reuters, como "incrivelmente talentosa, criativa e trabalhadora". Ele não apresentou motivo para a saída da executiva.

Hornsey reconheceu em um email separado para a sua equipe do Uber, também visto pela Reuters, que sua saída "acontece de forma um pouco repentina para alguns de vocês, mas eu tenho pensado sobre isso há algum tempo".

Ela também não apresentou o motivo para sua demissão e não respondeu a pedidos por comentários sobre a investigação.

As alegações contra ela e contra o departamento de recursos humanos do Uber foram feitas mais amplamente por um grupo anônimo que alega ser de funcionários negros do Uber, disseram à Reuters membros do grupo.

Eles alegam que Hornsey usou linguagem discriminatória e fez comentários depreciativos sobre o chefe global do Uber para diversidade e inclusão, Bernard Coleman, e que ela havia difamado e ameaçado a ex-executiva do Uber Bozoma Saint John, que saiu da empresa em junho.

"Essa pessoa foi no final das contas a razão por trás da saída (de Saint John) do Uber", disseram os funcionários anônimos em um email, referindo-se a Hornsey.

Saint John entrou no Uber, vinda da Apple, em junho, mas deixou a empresa apenas uma ano depois para se juntar à Endeavor, controladora de diversas agências de talentos. Ela se recusou a comentar, dizendo à Reuters por telefone: "Eu não tenho nada a dizer sobre minha experiência lá."

Coleman, que entrou no Uber em 2017 após liderar as áreas de diversidade e recursos humanos da campanha presidencial de Hillary Clinton de 2016, também se recusou a comentar.

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