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Empresas eletrônicas japonesas buscam atualizar seus designs

17 dez 2018 - 11h27
(atualizado às 11h54)
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Após anos perdendo espaço para concorrentes como Apple e Dyson, empresas eletrônicas japonesas estão tentando revigorar seu design industrial, para recuperar os processos e o estilo criativo que produziram produtos icônicos como o Walkman.

Designer da Panasonic veste protótipo "Wear Space" em Tóquio, Japão
29/10/2018 REUTERS/Kim Kyung-Hoon
Designer da Panasonic veste protótipo "Wear Space" em Tóquio, Japão 29/10/2018 REUTERS/Kim Kyung-Hoon
Foto: Reuters

Panasonic, Sony e Mitsubishi Electric estão implementando práticas que têm sido rotineiras em muitas empresas dos Estados Unidos e da Europa, como engajar designers em todas as etapas do processo de desenvolvimento de produto e tratar embalagens como parte do produto.

Tóquio também está se envolvendo nos esforços, considerando incentivos fiscais para investimentos relacionados a projetos e novas leis para proteger melhor a propriedade intelectual. O governo revisará essas leis em 2019.

"Muitos especialistas em design nos pediram por iniciativas do governo, dizendo que esta é realmente a última chance e que o Japão não poderá alcançar rivais globais se esta oportunidade for perdida", disse Daisuke Kubota, diretor do escritório de planejamento do sistema de registro de projetos do país.

Em 2017, o Japão fez 31.961 pedidos de registros de design, apenas uma fração dos 628.658 da China e metade dos 67.374 da Coreia do Sul. No auge da indústria eletrônica japonesa no início dos anos 80, o Japão tinha quase 60 mil pedidos por ano.

Kinya Tagawa, professora visitante do Royal College of Art e co-fundadora da firma de design Takram, disse que a raiz dos problemas atuais foi o fracasso das empresas japonesas em absorver lições da revolução do software, que mostrou a importância de princípios de design centrados no usuário e produtos fáceis de usar como o iPhone, da Apple. Em vez disso, elas permaneceram focados em engenharia.

Na Sony, fontes dizem que o design começou a voltar à vanguarda após o presidente Kaz Hirai assumir em 2012. A mudança tem sido lenta à medida que a empresa sofreu uma dolorosa reestruturação, mas os resultados podem ser vistos na revitalização do Aibo, um cão robô.

Designers trabalharam para criar uma experiência de usuário holística, a partir do momento em que um cliente abre a caixa, entrando em uma comunidade de proprietários do Aibo, disse o chefe de design da Sony, Yutaka Hasegawa.

Já o Wear Space, dispositivo da Panasonic que limita ruído e visão periférica, intrigou muitos. O protótipo inesperadamente ganhou um prêmio de design global e recebeu feedback positivo de círculos inesperados, como provadores de saquê, que queriam limitar a entrada sensorial.

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