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Empregados da Huawei colaboraram com Exército chinês, diz agência

Empresa negou conhecimento sobre envolvimento com pesquisas; ministro chinês, por sua vez, reiterou que Huawei é empresa privada e sem ligações com o Exército local

27 jun 2019 - 15h32
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Empregados da Huawei trabalharam em ao menos dez projetos de pesquisa com o Exército chinês ao longo da última década, reportou a agência de notícias Bloomberg nesta quinta-feira, 27. Segundo a Bloomberg, os projetos de pesquisa são parte de um pequeno conjunto de artigos acadêmicos públicos, disponíveis em periódicos e bancos de dados online usados por acadêmicos e industriais chineses.

Procurada pela reportagem, a empresa chinesa disse que não tinha ciência das colaborações, que foram de temas como inteligência artificial a comunicações de rádio. "A Huawei não está ciente de seus empregados publicando artigos acadêmicos de forma individual", disse o porta-voz da empresa, Joe Kelly, acrescentando que a empresa não tem nenhuma parceria ou desenvolvimento em colaboração com instituições afiliadas ao Exército chinês. "A Huawei somente desenvolve produtos de comunicações que se conformam aos padrões civis globais, sem customizar pesquisas para os exércitos", acrescentou Kelly.

O ministro da Defesa chinês, Ren Guoqiang, também se pronunciou sobre o tema, dizendo que não fala sobre pesquisas acadêmicas, mas reiterando que a Huawei é uma "empresa privada e que não tem ligação com o exército".

A Huawei ultimamente anda sob escrutínio global, depois de alegações do governo americano de que a empresa pratica espionagem pró-Pequim a partir de seus equipamentos de infraestrutura de telecomunicações, usados por operadoras no mundo todo. A empresa negou que seus produtos ameacem a segurança, mas isso não evitou que o governo de Donald Trump tenha a colocado em uma lista negra no mês pessado, impedindo que a chinesa faça negócios com companhias americanas.

A medida atrapalhou os negócios da empresa: na semana passada, a chinesa previu que terá uma queda de US$ 30 bilhões em seu faturamento ao longo dos próximos dois anos por conta das sanções.

Estadão
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