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Em 2021, hambúrguer sintético custará US$ 10

Corrida pela carne de laboratório envolve pelo menos uma dezena de startups; redução de custo é desafio

4 ago 2019 - 05h07
(atualizado às 11h18)
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A Finless Foods não está sozinha no movimento que busca trocar pastos e pesqueiros pelo laboratório: hoje, há pelo menos uma dezena de startups em busca de fórmulas capazes de fazer células produzirem carne animal. Todas elas lidam com dois desafios: além de conseguir fazer um bife capaz de sangrar na frigideira, com o gosto característico da carne, elas precisam reduzir custos para tornar essa ideia acessível.

Ilustração de um hambúrguer vegano
Ilustração de um hambúrguer vegano
Foto: Thomas White / Reuters

A israelense Aleph Farms, por exemplo, diz que uma pequena fatia de seu bife de laboratório custa cerca de US$ 50. Com investidores como a tradicional indústria Cargill, a empresa espera reduzir esse valor consideravelmente em dois anos, quando a empresa pretende começar a testar o produto nos mercados americano, europeu e asiático.

Quem também almeja as prateleiras e restaurantes é a holandesa Mosa Meat, do professor da Maastricht University, Mark Post — ele foi o primeiro cientista, ainda em 2013, a produzir um filé dentro do laboratório. A aposta da empresa é que um hambúrguer celular custe US$ 10 até 2021. Nos EUA, há diversas empresas que vão na mesma linha, caso de Memphis Meat, Super Meat e Just Inc.

Fazer carne em laboratório não é apenas modismo: depois que conquistarem aprovações sanitárias, as empresas podem ser capazes de fazer produtos mais frescos, saudáveis e com menos conservantes ou aditivos. Além disso, o impacto na natureza pode ser bem menor: segundo estudo das universidades de Oxford e de Amsterdã, a carne de laboratório pode gerar apenas 4% das emissões de gás, usar apenas 2% da terra e reduzir o gasto de energia da pecuária atual em até 45%.

X-Bacon de laboratório

Há uma razão para as primeiras apostas serem feitas com hambúrgueres: por serem feitos com carne moída, eles têm apelo comercial e, por sua aparência, também permitem que se escondam alguns "defeitos de fabricação" sem gerar uma experiência ruim para o consumidor.

Mas há mais vindo aí: quem sonha com um X-Bacon que não demande a morte de nenhum bicho pode começar a fazer planos: um time de cientistas da Universidade de Bath, na Inglaterra, já trabalha em um bacon de laboratório. As lanchonetes mal podem esperar.

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