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Discussões motivam o abandono de usuários das redes sociais

Desejo de evitar bate-boca virtual e de ter encontros no mundo real estão entre as razões de quem saiu das mídias sociais

16 dez 2018 - 05h11
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Luiz Hamada, de 36 anos, coordenador de WFM (Work Force Management), já virou piada entre os amigos. Ele não entende memes que estão bombando e fica por fora das fofocas do seu círculo social. O motivo é que ele abandonou as redes sociais, especialmente o Facebook.

A saída foi entre 2009 e 2010, quando o Orkut ainda ocupava o trono de rede social mais popular do Brasil - o que só mudou em 2011, com o crescimento da rede de Mark Zuckerberg.

"Fico livre de discussões desnecessárias, como as que ocorreram nas eleições", conta.

Hamada diz que passou a priorizar experiências e encontros no mundo real, e que as amizades nas redes sociais têm uma atmosfera superficial. Com o tempo extra, ele pode se dedicar mais à família e às cachorras Pan e Flora.

De fato, não foi só Hamada quem percebeu as eleições como um período ruim para estar nas redes sociais. Para alguns, o processo eleitoral foi o ponto final dentro dos serviços.

"A demanda por compartilhamentos e participação das discussões exigia uma espécie de militância virtual que me tirava dos encontros presenciais e me atrapalhava no trabalho", diz Marlyvan Alencar, de 54 anos, professora nos cursos de publicidade e jornalismo da PUC-SP. Ela apagou os perfis no Facebook, no Instagram e no Twitter logo depois das eleições. Longe das redes, diz que consegue produzir mais, estudar mais e encontrar mais os amigos.

Apesar dessas experiências, os números do Facebook no Brasil continuam altos. Em julho, a companhia revelou ter 125 milhões de usuários no País, crescimento de 25% em relação a 2016, última vez que o dado havia sido revelado.

Outro ponto em comum em quem largou o Facebook é não enxergar o WhatsApp, que também pertence a Zuckerberg, como uma rede social. Hamada e Marlyvan ainda estão no serviço de mensagens, que tem 120 milhões de usuários no Brasil - dizem que é importante para a comunicação. Isso, porém, não quer dizer que o aplicativo não incomode. "Tem horas que tira a paciência", diz Hamada.

Estadão
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