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Departamento de Justiça abre investigação contra Tesla por tuítes de Musk, diz agência

No mês passado, Elon Musk publicou tweets em que ele propôs e depois recuou abruptamente de um acordo de fechar o capital da empresa; a Tesla já estava sendo investigada pela SEC desde agosto

18 set 2018 - 13h26
(atualizado em 27/9/2018 às 19h07)
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A fabricante de veículos elétricos Tesla está mais uma vez na mira do governo americano: nesta terça-feira, 18, a empresa confirmou que recebeu um pedido para enviar, voluntariamente, documentos ao Departamento de Justiça (DoJ, na sigla em inglês) dos EUA. O caso tem como intuito avaliar as declarações feitas pelo presidente executivo da companhia, Elon Musk, em sua conta no Twitter - em agosto, ele disse na rede social que queria fechar o capital da empresa.

Segundo a agência de notícias Bloomberg, que antecipou o caso, os promotores vão avaliar se Musk tentou, com suas declarações, influenciar o mercado - ao dizer que já tinha "capital garantido" para fechar a empresa, o executivo fez as ações da Tesla dispararem 11%. Outra possibilidade de análise das autoridades é a saída do diretor de contabilidade da Tesla, Dave Morton, que renunciou a seu posto menos de um mês após ser contratado.

A investigação criminal está em estágio inicial e pode levar meses para sere concluída. Especialistas alertam ainda que há a possibilidade de que os promotores decidam não oferecer nenhuma acusação judicial contra Tesla ou Musk.

Vale lembrar ainda que a empresa já estava sendo investigada pelo órgão regulador americano para bolsa de valores do país, a Securities and Exchange Comission (SEC). A notícia da Bloomberg, sobre uma nova investigação, fez as ações da empresa caírem 5% durante o dia. Os papeis da Tesla encerraram o pregão em queda de 3,35%, cotados a US$ 284,96.

Exposição. O caso começou quando Elon Musk usou seu perfil no Twitter para anunciar suas estratégias para tirar a Tesla da negociação na bolsa. Uma semana depois do ocorrido, Musk alegou que a declaração tinha como base conversas com os executivos do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita e que não tinha visto problemas em divulgá-la na em sua conta pessoal, ao invés dos caminhos legais estipulados pela SEC. Para ele, era a forma mais justa de fazer a mensagem chegar a todos os investidores ao mesmo tempo.

Entretanto, no fim do mês, Musk voltou atrás e disse que não fecharia o capital da fabricante de carros elétricos. O executivo disse que desistiu após ler um estudo do Goldman Sachs e do Morgan Stanley, que dizia que a maioria dos acionistas não concordava com a saída da bolsa. Além disso, ele também tem sido pressionado por seu comportamento - no começo deste mês, as ações da Tesla caíram ao menor valor em dois anos, após o executivo ter fumado maconha em uma transmissão online.

Estadão
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