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Com pedido de IPO, Lyft fará estreia da economia compartilhada na bolsa

Maior rival do Uber nos Estados Unidos, empresa enviou pedido para abrir capital na Nasdaq; em 2018, startup tinha 39% do mercado americano e prejuízo de US$ 911 milhões

1 mar 2019 - 15h31
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A economia compartilhada está finalmente chegando à bolsa de valores: nesta sexta-feira, 1º, a empresa de transporte por aplicativos Lyft, maior rival do Uber nos Estados Unidos, entrou com um pedido oficial para fazer sua abertura de capital (IPO, na sigla em inglês).

A startup, avaliada em US$ 15 bilhões após diversas rodadas de investimentos, deve começar a vender suas ações na Nasdaq nas próximas semanas - a expectativa é de que a companhia comece reuniões com investidores na segunda quinzena de março e chegue à bolsa em abril. Quando isso acontecer, a empresa vai operar na bolsa sob a sigla "LYFT". Os bancos que cuidarão do processo serão o JP Morgan, o Credit Suisse e a consultoria Jefferies.

Números. Em seu relatório financeiro, enviado à Securities and Exchange Comission (SEC, na sigla em inglês), autoridade que fiscaliza as empresas de capital aberto nos EUA, o Lyft disse ter 39% do mercado americano de transporte por aplicativo em 2018- ainda atrás do Uber, mas com um crescimento de 17 pontos percentuais na comparação com 2016.

A empresa também divulgou que teve prejuízo de US$ 911 milhões no ano passado, alta de 32% na comparação com 2017, mas que sua receita cresceu 100%, na casa de US$ 2,2 bilhões, no mesmo período. Segundo o relatório, o Lyft tinha 18,6 milhões de usuários ativos e fez 178,4 milhões de viagens no quarto trimestre de 2018.

Mostrar que pode ser lucrativo, em um modelo de negócios sustentável, deve ser o maior desafio do Lyft, mas também de outras empresas da chamada economia do compartilhamento, como Uber e Airbnb, que também deverão abrir capital este ano. Além disso, outros nomes quentes do Vale do Silício, como Slack e Pinterest, também deverão ser listadas este ano. Ao abrir seu capital antes do Uber, o Lyft dá um passo importante para chmar a atenção dos investidores - mas também será a primeira empresa a passar por esta prova de fogo.

O Lyft, no entanto, tem metas mais modestas que o rival Uber com sua abertura de capital: segundo a agências de notícias Reuters, a empresa ser avaliada entre US$ 20 bilhões e US$ 25 bilhões ao fazer sua oferta pública inicial de ações. É bem menos do que vale o Uber hoje (US$ 72,5 bilhões) ou do que o rival, comandado por Dara Khosrowshahi, poderá valer ao chegar à bolsa (US$ 120 bilhões).

Entre as principais beneficiárias do IPO da startup, estão grandes companhias como a japonesa Rakuten (que tem 13% das ações), a GM (7,8%) e a Alphabet (5,3%). Grandes fundos do Vale do Silício, como Fidelity e Andreessen Horowitz, também estão bem representados. Já os cofundadores da empresa, John Zimmer e Logan Green, têm hoje menos de 1% das ações do Lyft. No entanto, graças a uma classe específica de ações (com super votos), eles vão manter o controle ordinário na companhia mesmo após a abertura de capital.

A empresa também confirmou que vai retribuir o trabalho dos motoristas que a ajudaram chegar até aqui: de acordo com o número de corridas feitas, os parceiros poderão receber um bônus em dinheiro entre US$ 1 mil e US$ 10 mil. Aqueles que desejarem utilizar o dinheiro para comprar ações da empresa também poderão fazê-lo por meio de um programa específico.

Estadão
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