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Com novos óculos, Google imagina futuro de tecnologias integradas

Gigante de buscas apresentou dispositivo similar ao Google Glass, um dos maiores fracassos da história da empresa

12 mai 2022 - 19h26
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Google volta a projeto com óculos inteligente
Google volta a projeto com óculos inteligente
Foto: Google / Divulgação / Estadão

Dentre os muitos produtos novos que Sundar Pichai, CEO do Google, apresentou ao público nesta semana, o mais divertido é um par de óculos. Quem lembra do fiasco que foram os Google Glasses, há dez anos exatos, estaria desculpado em dar pouca atenção. Estes óculos novos, porém, têm cara tão pacata que ninguém repararia neles pela rua. E, ainda assim, carregam inteligência artificial o suficiente para projetar informação pelo lado de dentro lente de quem os veste.

No vídeo de demonstração, Pichai mostrou um senhor que fala espanhol, mas não inglês, lendo legendas produzidas em tempo real. Viajar pelo mundo nunca mais será a mesma coisa. Só que não tem data para esses óculos de realidade aumentada chegarem às lojas. É um produto em desenvolvimento e uma mostra do que o Google vem chamando de "tecnologia ambiental". De certa forma, o Google tenta ser a Apple.

Tecnologia ambiente é, principalmente, sutil. Uma das dificuldades do Google é que, ora, a lógica de seu negócio não é a mesma da Apple. A Apple vende máquinas. O Google vende publicidade.

Como a Apple vende máquinas, seu foco é fazer delas muito exclusivas, muito fáceis de usar, carregadas de serviços que estimulem o usuário a continuar usando a marca. A integração é necessária para que quem compre um iPhone ache que vale buscar também um iPad, talvez um MacBook.

Como o Google vende propaganda, precisa jogar no campo dos grandes números. Quanto mais gente usar produtos Google por mais horas do dia, mais dados sobre comportamento a empresa terá pra direcionar a publicidade de forma precisa. Então o Google não quer exclusividade. Seu sistema Android não é feito para poucos. É para estar na maior quantidade de smartphones que puder. Cada um será uma máquina de produzir informação para vender anúncios.

A consequência de quase todo celular ser Android é que o Google não tem controle sobre como as máquinas funcionam. Mas, durante a conferência Google I/O, esta semana, a empresa lançou uma nova geração de seu próprio smartphone, o Pixel 7. Vai botar este ano na rua também um novo tablet, os Pixel Buds para os ouvidos e um Pixel Watch. Uma linha inteira de produtos de ponta, capaz de competir com Apple ou Samsung. A empresa permitiu que as equipes do sistema Android e a de equipamentos operassem juntas.

Esse futuro integrado começa com as máquinas que já temos funcionando como se fossem, todas, um só computador. Aí virão aqueles óculos, as roupas inteligentes. E seja lá o que mais for.

Estadão
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