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Chinesa Didi recebe US$ 500 milhões em aporte de dona do Booking

Empresa de viagens online vai ajudar aplicativo de transporte chinês em sua expansão para fora da Ásia; startup é hoje avaliada em US$ 56 bilhões

17 jul 2018 - 12h44
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A empresa chinesa de aplicativos de transporte Didi Chuxing anunciou nesta terça-feira, 17, que recebeu um novo aporte de US$ 500 milhões da companhia de viagens online Booking. Segundo comunicado emitido pelas duas empresas, o investimento é parte da estratégia da Didi para crescer fora do mercado chinês. Os detalhes da transação não foram revelados - não se sabe se a negociação aumentou a avaliação de mercado da Didi, hoje em US$ 56 bilhões.

Além disso, como parte do acordo, a Booking vai passar a permitir que seus usuários peçam veículos da Didi dentro de seu próprio aplicativo. Os usuários do aplicativo da Didi também poderão ter acessos ao serviço de turismo da parceira, anunciaram as empresas, o que pode ajudar o Booking a ganhar presença no mercado chinês, hoje dominado por empresas locais. Hoje, a Didi é usada por 550 milhões de pessoas no mundo - a vasta maioria delas está na China.

O novo acordo surge no momento em que a Didi começa a se expandir globalmente: além de investimentos em aplicativos como Ola, da Índia, e Grab, do Sudeste Asiático, a empresa também adquiriu a brasileira 99 e lançou operações no México, na Austrália e no Japão. Em dezembro, a empresa recebeu US$ 4 bilhões em uma última rodada de investimentos.

Já o Booking, vale lembrar, está avaliado hoje em US$ 97 bilhões e cuida de alguns dos principais serviços de turismo online, como o Agoda, o Kayak, o Priceline e o site que dá nome à empresa.

Divisão. O investimento pode não ser a última movimentação da Didi nos próximos tempos: segundo fontes próximas à empresa, que conversaram com a agência de notícias Reuters, a empresa pode em breve fazer uma divisão de suas operações, criando uma segunda companhia focada em serviços de carros, como leasing e manutenção de veículos. A unidade opera hoje em 200 cidades chinesas e tem mais de 5 mil parceiros.

A negociação, que envolve o grupo japonês Softbank, pode levantar entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão. "É uma operação que necessita de investimento e é um ativo pesado para a empresa, o que pode ser uma desvantagem no futuro", disse Mo Jia, analista da consultoria Canalys.

Para Jia, a empresa se prepara para abrir seu capital em breve, e ter esse ativo a menos pode torná-la mais atraente para investidores. Além disso, a Didi precisa levantar capital para continuar sendo competitiva no mercado global de aplicativos de transporte, conhecido por ser um dos que mais "queima dinheiro" antes de render lucros às empresas. A Didi e a SoftBank não comentaram o assunto.

Estadão
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