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CES 2019: LG prevê IA que libertará usuário de 'escolhas'

Diretor de tecnologia da sul-coreana fez apresentação de abertura da feira de tecnologia e idealizou IA capaz de prever escolhas dos usuários e deixar apenas 'o melhor para os humanos'

8 jan 2019 - 05h53
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"Será que a tecnologia está fazendo nossas vidas melhores?". Foi com essa pergunta que I.P. Park, diretor de tecnologia da sul-coreana LG, abriu sua apresentação especial nesta segunda-feira, 7, na abertura da Consumer Electronics Show (CES). Para o executivo, que exibiu na palestra sua visão de longo prazo, a resposta é positiva, mas será preciso uma inteligência artificial "verdadeiramente esperta" para que a maioria das pessoas possa aproveitar a vida. "

No início da apresentação, Park mostrou como a tecnologia ajudou os seres humanos a terem menos trabalho braçal com tarefas simples, como cozinhar, lavar roupa ou cuidar da casa. No entanto, ao usar aparelhos sofisticados para essas tarefas, aumentou o trabalho cognitivo -- como ler manuais e tomar decisões como "quantos ciclos minha máquina de lavar precisa fazer?" ou "a que temperatura a geladeira deve ficar?". "Com tantos manuais, não é à toa de que nos sentimos mais cansados do que nunca", afirmou o executivo, que foi acompanhado no palco pela robô da LG, CLoi.

Para o executivo, entraremos em uma nova era da tecnologia no momento em que começarmos a ser poupados desse tipo de trabalho mental. E para isso, será necessário desenvolver uma nova era da inteligência artificial, capaz de aprender não só com grandes quantidades de dados (como na chamada big data), mas também prever comportamentos a partir de pequenas tendências. Uma tecnologia que não só despeje dados na mão do usuário, mas também possa decidir por ele.

Outra necessidade, destacou o especialista em IA Andrew Ng, convidado de I. P. Park na apresentação, será a de que cada aparelho -- como geladeiras, aspiradores de pó ou televisões -- possa processar as tendências em si mesmo, não precisando enviar os dados para a nuvem e receber um relatório com previsões. "É uma medida que aumentará a eficiência e a privacidade dos dados dos consumidores", disse Ng, que também destacou que os dispositivos precisarão ser capazes de aprender conforme as diferentes etapas da vida do usuário.

É um plano de longo prazo, claro -- nesta semana, em Las Vegas, há mais uma série de empresas tentando mostrar que seus dispositivos são conectados e inteligentes. No entanto, é algo que segue um bocado distante do consumidor -- especialmente, do brasileiro, seja por questões financeiras, de infraestrutura de redes ou até mesmo de distribuição dessas novidades no País.

Carros autônomos. Outro tema da apresentação de I.P. Park foram os carros autônomos -- não, a LG não está trabalhando em um veículo sem motorista próprio. Pelo contrário: a empresa está preocupada com o desenvolvimento de soluções que tornem esta inovação algo útil, fazendo os usuários aproveitarem o tempo que não gastarão dirigindo. Para isso, a sul-coreana está fazendo uma série de parcerias com outras empresas para criar sistemas que vão de conferências de trabalho a chamadas de vídeo, passando por transmissão de filmes, jogos e até mesmo uma loja virtual, baseada nas vitrines que o usuário poderá ver na rua.

"Quando você chegar a um encontro, ninguém mais vai te perguntar como chegou lá ou como estava o trânsito. Isso é tarefa do carro", disse I.P. Park. "Vão te perguntar sobre a real inovação: como você gastou o seu tempo enquanto ia de um lugar para o outro." O executivo destacou ainda que esta não será uma tarefa fácil, especialmente por envolver muitos tipos de atividades. "Precisamos de um modelo de colaboração e inovação aberta." Problema é só descobrir se a indústria vai aceitar. Mas isso é tarefa, provavelmente, para outras edições da CES.

*O repórter viajou a convite da Intel

Estadão
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