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Telefónica: Firefox OS é a aposta contra Google e Apple

César Alierta, executivo da operadora, defende que as empresas de telecomunicações participem de toda a cadeia de serviço

25 fev 2013 - 13h09
(atualizado em 26/2/2013 às 08h01)
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César Alierta, da Telefónica, defendeu o papel das operadoras no segmento das plataformas móveis no MWC
César Alierta, da Telefónica, defendeu o papel das operadoras no segmento das plataformas móveis no MWC
Foto: Alberto Estévez / EFE

Enquanto as grandes companhias de telecomunicações, como a Telefónica, estão submetidas a regulamentações restritivas, o que dificulta a inovação, outras empresas como Google, Facebook e Apple gozam de facilidades, segundo o presidente executivo da Telefónica, César Alierta. Em sua apresentação no Mobile World Congress (MWC), em Barceloma, Alierta contrastou a situação da Telefónica e de empresas como o Google (que tem 90% do mercado de buscadores e de publicidade nessa área), iOS e Android (que somam 92% do mercado móvel) e Facebook e Whatsapp, descritos como novos monopólios do mundo digital.

Conforme o executivo, o Firefox OS - sistema operacional móvel desenvolvido em parceria com a fundação Mozilla - pode ajudar a melhorar a posição da operadora neste cenário.

Segundo Alierta, são as operadoras de comunicação que deveriam liderar a mudança no ecossistema e contribuir para definir as as regras e facilitar o uso do 'melhor do mundo digital' pelos clientes.

"A revolução digital criou um sistema cujo status quo atual colocou em retrocesso a liberdade de escolha dos clientes que acabam restritos a sistemas fechados enquanto novos atores dominantes surgem sem regulação, o que não é bom para os clientes, nem para os desenvolvedores e menos ainda para o desenvolvimento sustentável da indústria", disse.

Durante sua apresentação no MWC, que começou nesta segunda-feira, Alierta insistiu na necessidade de reposicionar as operadoras na cadeia de valor e pediu uma regulamentação simétrica para todos os agentes. 

"Não é sustentável investir mais em terminais e redes, pagar muito caro por taxas e espectro ao mesmo tempo em que se exige maior velocidade na implantação de redes de próxima geração", comentou Alierta.

Para Alierta, enquanto outros atores da indústria enxergam a internet apenas como um canal de publicidade, como armazenamento de dados ou parte de um ecossistema fechado, para a Telefónica, a internet é a chave para atender demandas de serviços digitais. "Nesse sentido, estamos totalmente focados em atender às expectativas que nossos clientes têm em relação à internet, tais como ser capaz de mover os aplicativos de uma plataforma para outra, garantindo a privacidade dos seus dados, ou se proteger contra a publicidade intrusiva", disse ele.

Na mesma linha de racioncínio, o executivo da Telefónica destacou a importância do lançamento do Firefox OS em apoio a um modelo de internet aberto, seguro e transparente. Ele classifica o lançamento como "a resposta para que a internet se converta em uma plataforma, incorporando padrões abertos e proporcionando grande capacidade de escolha e flexibilidade tanto para os consumidores como para desenvolvedores, no que seria um passo decisivo na indústria para devolver o equilíbrio ao setor".

Mobile World Congress

O Mobile World Congress (MWC) se realiza de 25 a 28 de fevereiro em Barcelona. A feira, cuja primeira edição se realizou em 1987, é considerada a maior feira de dispositivos móveis, com foco em telefones celulares, do mundo. Neste ano são esperadas mais de 70 mil pessoas, num evento que deverá ter 3,5 mil delegados, mais de 1,7 mil expositores e 90 mil metros quadrados. Em 2012, foram 1,5 mil expositores em 70,5 mil m2.

Entre os destaques de 2013 estão executivos de empresas como Telefónica, Nokia, Mozilla, Vodafone, Nielsen, IBM e Dropbox. Tecnologias como o NFC, celulares com HTML5, cloud, telefonia IP e lançamentos na área - em especial o Samsung Galaxy Note 8.0 e o Optimus L Serie II, da LG, são esperados no evento.

O Terra acompanha os quatro dias de MWC com transmissões em vídeo ao vivo e dois correspondentes em Barcelona.

Fonte: Terra
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