ZTE pode pagar US$ 1,7 bilhão para suspender proibição de comércio com EUA
A ZTE pode voltar a ter relações comerciais com os Estados Unidos. Nesta quarta-feira (6), a fabricante chinesa assinou um acordo para suspensão do banimento de comércio com o país. As informações são de um tweet da agência Reuters.
Para isso, ela poderá pagar até US$ 1,7 bilhão para o Departamento de Comércio norte-americano. A empresa foi acusada de comercializar com Coreia do Norte e Irã peças fabricadas nos Estados Unidos, o que fere o tratado internacional.
EXCLUSIVE: ZTE has signed an agreement in principle with U.S. that would lift Commerce Department ban; U.S. will claim penalty of as much as $1.7 billion - sources pic.twitter.com/GGgWnqsWl9
— Reuters Business (@ReutersBiz) 5 de junho de 2018
"EXCLUSIVO: ZTE assinou um acordo em princípio com os EUA que pode suspender o banimento do Departamento de Comércio; Os EUA vão cobrar uma multa de que pode chegar a US$ 1,7 bilhões - segundo fontes", informa o twitter do veículo.
O montante é a soma de algumas punições. O acordo prevê uma multa de US$ 1 bilhão, além de da adição de US$ 400 caso o crime se repita. Isso se soma aos US$ 361 milhões que a empresa já pagou durante negociações anteriores.
O acordo teria sido mediado pelo presidente Donald Trump. Pelo Twitter, o político informou que estava trabalhando para que a empresa pudesse voltar ao país.
President Xi of China, and I, are working together to give massive Chinese phone company, ZTE, a way to get back into business, fast. Too many jobs in China lost. Commerce Department has been instructed to get it done!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 13 de maio de 2018
"Presidente Xi [Jinping] da China e eu estamos trabalhando para oferecer à gigante companhia chinesa de telefones, ZTE, um modo de voltar aos negócios, de forma rápida. Foram muitos postos de trabalho perdidos na China. O Departamento de Comércio foi instruído para fazer as coisas acontecerem", disse no post de 14 maio.
O anúncio do presidente gerou um contraponto entre ambos os setores do Congresso, sendo que a maior dos políticos considerou a fala do presidente irresponsável.
If these reports are true, @realDonaldTrump has put China, not the United States, first. By letting ZTE off the hook, the president who roared like a lion is governing like a lamb when it comes to China. Congress should move in a bipartisan fashion to block this deal right away. https://t.co/ehRxD8b8bl
— Chuck Schumer (@SenSchumer) 5 de junho de 2018
"Se essas notícias [da Reuters] forem verdadeiras, o @realDonaldTrump colocou a China, não os Estados Unidos, em primeiro lugar. Ao perdoar a ZTE, o presidente que rugiu como um leão está governando como um cordeiro quando se trata de China. O Congresso deve agir de forma bipartidária para bloquear o acordo imediatamente", levantou o senador Mark Warner também via Twitter.
O caso
Em abril deste ano, a fabricante chinesa foi proibida de importar produtos dos Estados Unidos como matéria prima para a produção de smartphones. Os principais parceiros comerciais da ZTE eram Dolby e Qualcomm.
O Departamento de Comércio alega que a fabricante feriu um acordo comercial ao exportar peças ilegalmente para Irã e Coreia do Norte. Após alegação da ZTE de que funcionários haviam quebrado o protocolo, o Departamento ainda fez um novo acordo exigindo que os empregados fossem demitidos. A fabricante, então, não teria cumprido o pedido e ainda teria bonificado os funcionários que agiram fora da lei. A chinesa demitiu apenas quatro membros seniôres, e manteve mais 35 pessoas que também tinham violado leis.
A empresa está proibida de estabelecer relações comerciais com os Estados Unidos até 2025. Além disso, após a manutenção do banimento, a ZTE anunciou a sua saída oficial do país.