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Ucrânia alerta para "grande ataque" de hackers russos

27 jun 2018 - 10h47
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O fantasma dos ataques digitais voltou a pairar sobre a Europa nesta semana, quando o governo da Ucrânia alertou o mundo sobre a iminência de mais um ataque pelas mãos de hackers russos. De acordo com as autoridades de segurança digital do país, os criminosos estariam realizando uma ação coordenada para criação de portas de entrada em companhias de infraestrutura e serviços em preparação para um grande ataque.

Hacker
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Foto: Canaltech

Na mira estariam bancos, aeroportos, agências do governo e companhias de telecomunicações e energia. Seus sistemas estariam sendo infectados por um malware que permaneceria dormente e oculto de administradores e soluções de segurança, mas conectados à internet no aguardo de um comando de ativação. A ideia seria dar um golpe simultâneo, atingindo de maneira bastante grave a infraestrutura da Ucrânia e também de países vizinhos.

A campanha estaria acontecendo desde o começo do ano, com e-mails falsos sendo o principal vetor. Os hackers assumiriam o controle de caixas de correio eletrônico pertencentes a grandes empresas ou setores do governo e, na sequência, enviariam mensagens para outros indivíduos de interesse ou até mesmo cidadãos comuns, em busca de novas infecções que permitiriam a entrada nos sistemas.

As autoridades ucranianas também apontam para uma maior sofisticação em relação ao NotPetya, que atingiu o país há um ano. De forma a evitar detecção por softwares e sistemas de segurança, o malware da vez seria dividido em arquivos separados, enviados individualmente para o alvo, se reconstituindo uma vez que todos os pacotes estejam disponíveis.

O temor é que os hackers escolham datas importantes para os ucranianos para realizarem os ataques - e há duas no futuro próximo. Nesta quinta-feira (28), o país celebra o dia de sua constituição; em agosto, comemora sua independência. No passado, os criminosos já haviam aproveitado as datas e tudo indica que o mesmo pode acontecer agora.

Para a Ucrânia, não existem dúvidas de que o governo russo está envolvido nas tentativas. A escala da penetração já identificada nas redes do país, bem como a alta sofisticação das ferramentas utilizadas, mostra que há um grande financiamento por trás das ações, e o país europeu, cujas relações diplomáticas não são das melhores, é um dos principais suspeitos.

O Kremlin, entretanto, negou as acusações dos ucranianos. A declaração do porta-voz do governo russo foi curta, apontando apenas que as afirmações feitas no alerta não são verdadeiras. O FBI também estaria ciente dos indícios e da iminência de um ataque, mas não se pronunciou, assim como a Casa Branca, que também manteve o silêncio.

Canaltech Canaltech
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