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Qualcomm deve negar oferta de compra feita pela Broadcom

13 nov 2017 - 13h18
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O quadro de diretores da Qualcomm estaria se preparando para negar a oferta de compra feita pela Broadcom, no valor de US$ 103 bilhões. O negócio, que seria o maior da indústria de tecnologia, também resultaria na terceira maior produtora de componentes para dispositivos móveis do mundo. Entretanto, os acionistas da fabricante não estão nada felizes com isso.

Qualcomm
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Foto: Canaltech

Em comunicado oficial feito na última semana, quando a Broadcom anunciou publicamente sua oferta, a Qualcomm já havia afirmado que pretendia recusar o negócio. Agora, informações internas e ainda não confirmadas pela companhia indicam que, em uma reunião de emergência realizada neste domingo (12), o quadro de diretores da fabricante teria concordado que o valor ofertado está abaixo do que a companhia planeja para seu futuro.

Essa noção é facilmente percebida quando se analisam os números. Na última sexta-feira (10), as ações da Qualcomm fecharam o dia valendo US$ 64,57, enquanto a oferta feita pela Broadcom oferece um montante equivalente a US$ 70 por cada uma delas. Com a expansão planejada e os lançamentos de smartphones de topo de linha previstos para o primeiro semestre do ano que vem, os executivos da fabricante enxergam a empresa chegando rapidamente a esse patamar por suas próprias pernas. Sendo assim, a oferta não faz jus ao que a companhia tem a oferecer.

Por outro lado, existem fatores que precisam ser considerados aqui. A própria Qualcomm encontra-se diante de uma recusa semelhante por parte da NXP, que deseja adquirir por US$ 39 bilhões e cujos executivos alegam, da mesma forma, tratar-se de uma oferta abaixo do valor da companhia. Além disso, existem desafios regulatórios envolvidos na questão, que passa por um escrutínio da União Europeia devido à possibilidade de formação de monopólio.

As dificuldades do negócio se unem a um gigantesco e custoso processo contra a Apple, a qual a Qualcomm alega estar usando de forma indevida tecnologias registradas de comunicação. Em contrapartida, a Maçã se defende dizendo que a fabricante está abusando de sua posição como um dos principais nomes do setor para cobrar royalties acima do valor devido, como retaliação pela não utilização de seus produtos em dispositivos como o iPhone, por exemplo.

Por conta disso, a empresa de Cupertino teria retido todos os pagamentos de direitos, bem como instruído suas fornecedoras e parceiras a fazerem o mesmo. É uma pendenga que coloca dúvidas principalmente sobre os resultados financeiros da Qualcomm, uma vez que a Apple, mesmo não sendo cliente da família Snapdragon, contribui amplamente para os resultados da fabricante devido à alta demanda por seus smartphones e tablets no mercado global.

É decorrente disso tudo a alegação, de executivos da Qualcomm, de que a Broadcom estaria tentando comprar a empresa enquanto ela está "em baixa". Uma prova disso seria o fato de que a companhia estaria disposta a seguir adiante mesmo que a aquisição da NXP não dê certo e apesar da grande disputa judicial com a Apple, que parece longe de acabar.

De acordo com as informações não confirmadas, a maioria dos acionistas teria concordado em rejeitar a proposta, mas um anúncio oficial poderia aparecer apenas em alguns dias, com uma resposta completa sendo preparada por eles. Oficialmente, entretando, a Qualcomm não voltou a se posicionar sobre o assunto, ainda mantendo as palavras da última semana, que já indicavam a recusa.

Canaltech Canaltech
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