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Pesquisadores encontram pornografia infantil na blockchain das bitcoins

21 mar 2018 - 10h51
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Um grupo de pesquisadores da Alemanha localizou uma série de conteúdo relacionado à pornografia infantil na blockchain das bitcoins. De acordo com um estudo publicado nesta semana, links para download de vídeos envolvendo atos sexuais com menores, bem como uma imagem que parece ser de uma adolescente nua, foram encontrados na arquitetura que permite o funcionamento da modalidade financeira.

Bitcoin
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Foto: DepositPhotos / Canaltech

A blockchain é o sistema que garante a validação das transações realizadas com a moeda virtual, bem como permite a criação e certificação de novas bitcoins. Pequenos volumes de dados, entretanto, também podem ser carregados na arquitetura, no que levou à presença de conteúdo de pedofilia em trechos da carreira de negociações da moeda.

Os pesquisadores da Universidade de Aachen fazem um alerta quanto ao mal uso desse tipo de ferramenta. Como a blockchain precisa ser baixada integralmente por todos os mineradores da moeda, ou como forma de validação de transações, esse caráter também faz com que os usuários baixem material de pedofilia para suas máquinas, algo que é crime em boa parte dos países do mundo. Os problemas desse tipo de uso, então, podem ser tanto para a saúde da própria modalidade financeira, em si, quanto para as pessoas que a utilizam.

De acordo com o estudo, 1,6 mil arquivos foram encontrados na blockchain das bitcoins. A maioria é descrita como inofensiva pelos pesquisadores, com direito até mesmo a uma mensagem do criador da moeda, Satoshi Nakamoto, "assinando" o primeiro bloco de validação. Outros conteúdos, entretanto, são problemáticos, com os especialistas localizando material protegido por direitos autorais, links para listas de dados vazados e malwares.

A presença de material irregular ou ilegal na blockchain pode constituir um problema para os usuários e entusiastas da moeda virtual pelo simples fato de que o sistema não pode ser alterado. Ele serve como validação para todo o sistema, ou seja, os links e arquivos comprometedores continuarão lá, potencialmente para sempre, ao lado de informações de transações realizadas pelas moedas e da criação de novos blocos de unidades.

A principal questão, de acordo com os especialistas, é a necessidade de armazenar conteúdo ilegal para se trabalhar com a moeda, algo que pode minar ainda mais sua utilização como uma categoria legítima de investimentos. É claro, a posse da blockchain não significa que alguém é um pedófilo ou está envolvido com pirataria, mas a presença desse tipo de material em um sistema imutável é, no mínimo, preocupante.

Os especialistas abrem a discussão, também, para indicar o que poderia ser feito. Por enquanto, a inalterabilidade da blockchain é um fator inegociável, mas no futuro os envolvidos no projeto poderiam trabalhar para deletar os arquivos problemáticos, ou então não mais exigir o download de blocos inteiros para uso das moedas. Entretanto, tais atitudes poderiam levantar dúvidas sobre um sistema visto como sólido e seguro, que impede a realização de fraudes ao mesmo tempo em que garante o anonimato dos utilizadores.

Canaltech Canaltech
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