PUBLICIDADE

Pesquisadores afirmam que há formas de atravessar um buraco negro e sair ileso

8 mar 2018 - 14h42
Compartilhar
Exibir comentários

Muitos físicos, matemáticos, curiosos e entusiastas se debruçam sobre uma questão que ainda está longe de ser completamente compreendida pela humanidade: o que aconteceria a um organismo que atravessasse um buraco negro sem morrer?

Buracos negros são difíceis de estudar, porém, para um grupo de pesquisadores, há um tipo específico de buracos negros que são objeto de estudo, sim. Eles procuram por fenômenos calmos, eletricamente carregados, supermassivos e que existam dentro de um universo em expansão, como o nosso.

Segundo eles, essas condições permitiriam que um organismo vivo atravessasse o buraco negro, saindo ileso do outro lado, para viver seja qual for a realidade que esperará além.

A maior aposta é que um número praticamente infinito de futuros possíveis se abriria, ao mesmo tempo. Só há um pequeno porém: todo o passado desse corajoso ser seria sumariamente apagado.

Um contrargumento à teoria de Einstein

A teoria da relatividade de Einstein foi testada e demonstrada em diversas situações desde sua publicação, sendo que até mesmo as descobertas mais recentes de ondas gravitacionais confirmaram o que foi postulado pelo gênio.

Dentro da teoria geral da relatividade, onde você esteve é informação totalmente conectada com onde você pode estar, daqui pra frente. É como se sua história caminhasse através do Labirinto do Destino e suas escolhas definissem quais são as possibilidades do seu futuro - como Neil Gaiman escreveu em Sandman.

O labirinto do Destino, de Sandman, segue a teoria geral da relatividade. (Imagem: Reprodução)
O labirinto do Destino, de Sandman, segue a teoria geral da relatividade. (Imagem: Reprodução)
Foto: Canaltech

Com a teoria de Einstein, é possível calcular o passado e o futuro. Mas buracos negros são complicados. Lá, o tempo e o espaço se confundem. A gravidade também esmaga a teoria e o horizonte da física sucumbe.

Mas os pesquisadores afirmam que há um outro horizonte que pode servir de guia para essa experiência e ele é chamado de Horizonte de Cauchy, que se refere a um ponto teórico onde tudo sob sua influência é desacelerado infinitamente.

Nesse ponto, tudo o que houve ou vai haver existe ao mesmo tempo, então o passado já não define mais o futuro, contrariando Einstein.

A maior parte dos físicos acredita que qualquer organismo vivo seria incapaz de sobreviver no Horizonte de Cauchy. Mas esse grupo de estudiosos diz que um buraco negro especialmente enorme e carregado eletricamente permitiria a passagem de seres orgânicos, atingindo em cheio a singularidade. Para isso, seria necessário que a expansão acelerada do nosso universo contrabalanceasse a desaceleração causada pela gravidade extrema.

"Existem algumas soluções exatas das equações de Einstein que são perfeitamente suaves, sem torções, sem forças de maré tendendo ao infinito, onde tudo está perfeitamente comportado até este Horizonte de Cauchy e além dele", diz Peter Hintz, o co-autor do estudo.

O que existe após o Horizonte de Cauchy?

Há alguma escolha de vida que você tenha feito que, com os conhecimentos que você carrega hoje, você gostaria de ter escolhido agir de outra forma? Todos nós carregamos algum tipo de arrependimento ou mesmo curiosidade em saber como seriam as nossas vidas caso tivéssemos seguido por outro caminho, não?

Segundo os pesquisadores, após transpassar um buraco negro em segurança, seu passado seria apagado e você viveria um momento de futuro eterno. O tempo e o espaço como conhecemos hoje seria inalcansável, bem como todas as pessoas e lugares que você já conheceu.

Hintz afirma que seria possível evitar a singularidade central e optar por seguir a vida em algum universo desconhecido em algum dos seus futuros disponíveis.

Seria possível migrar dessa existência para uma outra, talvez mais agradável? (Foto: singularityhub)
Seria possível migrar dessa existência para uma outra, talvez mais agradável? (Foto: singularityhub)
Foto: Canaltech

Mas nenhum cientista está fazendo as malas para seguir viagem a um buraco negro, ao menos por enquanto.

"Esta é uma questão que realmente apenas podemos estudar matematicamente, mas tem implicações físicas, quase filosóficas, o que torna a questão muito interessante", diz Hintz.

Nós nunca interagimos com um buraco negro, então todas as previsões de como seriam os comportamentos desses poderosos fenômenos do cosmos são puramente teóricos. Mas que seria muito legal, disso não temos dúvidas.

Canaltech Canaltech
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade