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Novas regras do YouTube estão dificultando a vida das redes multicanais

23 abr 2018 - 15h17
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O YouTube acaba de se envolver em mais uma polêmica — e bem no dia em que a plataforma completou 13 anos desde a sua estreia. Desta vez, o serviço está sendo acusado de colocar algumas redes multicanais na parede, forçando-as a quebrar contratos com criadores que podem representar algum risco à sua política de uso. Quem denunciou essa situação foi o Polygon, após conversar com algumas empresas do ramo.

Redes multicanais, para quem não sabe, são companhias que gerenciam diversos canais sob um só guarda-chuva. Geralmente, elas são procuradas por vloggers para administrar a parte burocrática de se ter um canal no YouTube (incluindo estratégias de monetização, agendamento de postagens, moderação de comentários, análise de estatísticas, etc), o que lhes permitem focar exclusivamente na produção de conteúdo.

O problema é que, ao longo dos últimos meses, diversos criadores norte-americanos estão sendo repentinamente desligados de redes famosas como Fullscreen e BBTV, sendo notificados dessa decisão através de um e-mail bem direto e vago. A mensagem diz apenas que o contrato está sendo quebrado porque os envios podem violar direitos autorais ou as leis internas do próprio YouTube, sem dar mais detalhes sobre eventuais infrações.

Porém, de acordo com mensagens vazadas de Howard Pinsky, diretor de marketing da Fullscreen, o que acontece é que o YouTube está "forçando" as redes a removerem criadores que possam violar seus termos, mesmo que eles ainda não tenham sido advertidos por esse tipo de má conduta. A regra seria decorrente de uma nova política inaugurada em 1º de março e batizada de "Know Your Customer" (ou "Conheça seu Cliente").

Foto: Canaltech

A grosso modo, tal política obriga que toda rede multicanal assista a todos os vídeos enviados por seus parceiros ou ao menos estejam confiáveis de que nenhum dos envios atuais ou futuros infrinjam as regras da plataforma. Caso a rede seja atingida com 50 ou mais notificações de abuso (quando um canal perde seu direito de ser monetizado ou é removido pela moderação), ela pode ser proibida de contratar mais clientes ou até mesmo de trabalhar no YouTube.

Situação delicada

O principal problema é que, como todos nós sabemos, o YouTube não anda lá muito eficiente na hora de sinalizar conteúdos infratores. Ao mesmo tempo em que o serviço está tendo dificuldades para moderar vídeos impróprios, seus sistemas automatizados estão sendo criticados pela quantidade enorme de falsos positivos, o que acaba retirando vídeos ou canais inteiros do ar por puro engano.

Sendo assim, é sensato acreditar que a decisão das redes multicanais em fechar alguns contratos advém da necessidade de diminuir o número de parceiros para poder revisar manualmente o conteúdo de seus envios — caso contrário, eles teriam que contratar mais moderadores internos para garantir que nenhuma possível infração passe despercebida.

Canaltech Canaltech
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