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Kaspersky tem produtos banidos do governo norte-americano

14 set 2017 - 09h20
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O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (13) o banimento completo dos produtos da Kaspersky, que não poderão mais ser usados em agências do governo, serviços públicos e demais órgãos de administração. A decisão tem caráter imediato e está relacionada a temores quanto a uma possível influência do governo russo sobre a empresa de segurança da informação.

Kaspersky
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Foto: Canaltech

O banimento proíbe a utilização, principalmente, das soluções antivírus, que ainda eram largamente empregadas pelas agências. A ordem é que todos os funcionários desinstalem os aplicativos de suas máquinas, de forma a evitar que, em vez de as protegerem, as soluções se transformem em uma ameaça à segurança nacional. Os órgãos têm 30 dias para apresentarem relatórios de uso dos produtos e 90 dias para abandoná-los completamente.

Apenas o Pentágono ficou de fora da ordem emitida pelo Departamento de Segurança Nacional, mas isso aconteceu porque a central de inteligência do governo já não utiliza soluções da fabricante russa desde o começo do ano. O mesmo vale para outros órgãos federais e militares, mas em agências públicas e que lidam, principalmente, com civis, as soluções da Kaspersky ainda estão ativas.

Ligação com a Rússia

Em comunicado oficial, o Departamento de Segurança Nacional se diz preocupado com as possíveis ligações entre a empresa de segurança e os órgãos de inteligência do governo da Rússia. Além disso, citou uma possibilidade, prevista na lei do país, de que empresas de tecnologia podem ser solicitadas pelo Kremlin para ajudarem em operações de vigilância ou interceptação de comunicações, atos dos quais a Kaspersky já teria participado.

Detalhando mais sobre o assunto, entretanto, a Casa Branca admitiu não ter provas da cooperação da companhia com órgãos do governo em operações de espionagem. Apesar disso, o governo norte-americano disse que esse é um risco grande demais de se correr e preferiu optar pelo banimento antes que as evidências sobre isso acabem aparecendo e, pior, causando danos irreparáveis à segurança nacional.

A Kaspersky, entretanto, refutou as acusações afirmando que a comprovação sobre tudo isso jamais será encontrada. Em declaração, a empresa rejeitou todas as alegações da administração Trump, que vinham sendo repetidas ao longo dos últimos meses, e afirmou que o argumento usado para justificar o banimento é fruto de uma má interpretação das leis locais. A marca afirma que jamais colaborou com operações de espionagem, vigilância e outros fins, e nem fará isso no futuro.

A Kaspersky terá a possibilidade de contestar essas afirmações legalmente, já que a diretriz do Departamento de Segurança Nacional prevê que a empresa, se desejar, submeta uma defesa por escrito, de forma a demonstrar que as alegações não procedem. O mesmo vale para companhias que tenham seus negócios prejudicados pela proibição, citada pela agência de defesa como uma "decisão complicada".

Investigações

A proibição de uso dos produtos da Kaspersky é mais um reflexo das investigações que estão sendo feitas pelos Estados Unidos com relação à influência que hackers russos e o próprio governo de Vladimir Putin tiveram nas eleições presidenciais. Tais relatos, claro, espirraram sobre empresas do país, principalmente aquelas ligadas aos campos da tecnologia e da segurança.

Antes mesmo do governo dos EUA, a rede varejista Best Buy também já havia anunciado o fim de um contrato com a Kaspersky pelo mesmo motivo alegado pelo Departamento de Segurança Nacional. A expectativa, entretanto, é de perdas diretas de apenas algumas centenas de milhares de dólares, apesar de o rombo poder chegar a valores muito maiores quando se leva em conta fornecedores que têm soluções da empresa integradas a seus produtos.

Canaltech Canaltech
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