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Facebook é acusado de espionar usuários por meio de aplicativos

24 mai 2018 - 16h46
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O Facebook, mais uma vez, está sendo acusado de violar a privacidade de seus usuários por meio de mecanismos de rastreamento e controle. De acordo com as novas alegações, a rede social seria capaz de obter informações até mesmo de pessoas que não possuem perfis por meio da coleta de dados a partir de mensagens de texto, geolocalização, galerias de fotos em smartphones e monitoramento da utilização da internet nos dispositivos.

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Foto: Canaltech

As afirmações aparecem em um processo movido pela Six4Three, uma startup americana que culpa o Facebook pelo fracasso de um aplicativo, o Pikini. A ideia da solução, que não está mais disponível, é filtrar álbuns de fotos públicos e privados não apenas na rede social, mas também em outros serviços online, em busca de fotos sexies ou em que os contatos apareçam usando roupas de banho ou biquínis.

A ação está em andamento desde 2016, quando a companhia acusou o Facebok de utilizar indevidamente seus controles de privacidade para impedir o funcionamento do Pikini, além de mentir para desenvolvedores de apps sobre o alcance de suas análises de comportamento. Agora, em novos documentos relacionados ao processo, a Six4Three inclui informações sobre um uso indevido de informações de seus usuários, com sistemas de vigilância que seriam trabalhados para circundar até mesmo proteções específicas de alguns aparelhos com o sistema operacional Android.

Boa parte dos textos, entretanto, encontram-se suprimidos, por conta do segredo de justiça envolvido no processo, o que impede a obtenção de detalhes sobre os processos de suposta espionagem. As informações, claro, seriam usadas para fins de publicidade, com sistemas do Facebook exibindo anúncios que seriam relevantes, inclusive, para internautas que não estão presentes na rede social.

A startup vai além, acusando a empresa de tentar usar os microfones dos smartphones para ouvir conversas indevidamente e, também, analisar a utilização de soluções da concorrência, como outras redes sociais ou aplicativos mensageiros. Chamadas também seriam rastreadas, não em seu conteúdo, mas em busca de informações como números de telefones e a presença ou não na agenda, além de horários das ligações e o tempo gasto com elas.

Na justiça, o Facebook afirma que o processo movido pela Six4Three não tem mérito e está relacionado à quebra dos termos de uso da plataforma. Além disso, respondendo a determinadas alegações sobre possíveis brechas na privacidade de seus usuários, diz que muitas das métricas citadas como irregulares pela startup fazem parte dos termos de uso da plataforma, com direito a autorização expressa dos usuários em aplicativos para os sistemas operacionais Android e iOS.

Um exemplo disso seria a leitura de mensagens de texto, que de acordo com a rede social, serviria para processos de autenticação em duas etapas e verificação de usuários. A empresa nega ler qualquer outra SMS não relacionada a tais processos, mas admite que pode ter falhado em comunicar tal aspecto aos usuários, bem como os motivos exatos pelo qual solicita esse tipo de abertura.

Além disso, a companhia afirma, também, solicitar acesso aos álbuns de fotos armazenados na memória como forma de facilitar o processo de postagem das imagens nas redes sociais. Mais uma vez, tudo aconteceria com autorização expressa dos utilizadores e, também, de forma a garantir o funcionamento correto das aplicações, e não como uma maneira de obter métricas para fins de publicidade segmentada.

Ainda, o Facebook afirma que a Six4Three abusa do sistema judiciário americano, adicionando acusações infundadas a um processo relacionado a um aplicativo que, simplesmente, infringe seus termos de uso. De acordo com a empresa, a startup não concordaria com decisões editoriais da plataforma, que restringe o conteúdo de usuários disponível em APIs e sistemas de integração com terceiros, e por isso, estaria culpando a plataforma pelo fracasso de uma solução que não teria razão de ser.

É por isso que, a cada nova leva de documentos, o Facebook solicita não apenas o arquivamento do processo, por falta de méritos, mas também a censura de aspectos detalhados de seu funcionamento, que corresponderiam a uma quebra de tecnologias registradas. A Six4Three nega que a abordagem seja essa e pede, judicialmente, compensações financeiras sobre o fracasso de sua aplicação, que nem mesmo chegou a deixar o estágio Beta.

Canaltech Canaltech
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