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Facebook contrata auditoria para investigar polêmica de vazamento de dados

20 mar 2018 - 19h01
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Após o escândalo divulgado no final de semana a respeito do uso indevido de dados de usuários do Facebook, a rede social experienciou queda na bolsa valores, e, nesta segunda (19), ameaçou processar os veículos de imprensa que estão divulgando o caso como um vazamento de dados da companhia, demitindo o funcionário que vazou informações para a imprensa. A empresa  de Zuckerberg contratou uma audiotira particular para investigar o caso.

O denunciante é o canadense Christopher Wylie, quem trabalhou para o Partido Liberal do Canadá e para democratas liberais ingleses. Como analista de dados foi trabalhar com o Facebook. No final de semana, Wylie divulgou documentos e deu entrevistas relacionadas a uma empresa chamada Cambridge Analytica, a qual teria usado informações de usuários da rede social sem autorização.

A empresa levantava estes dados ao oferecer dinheiro para alguns usuários responderem a um questionário. Com isso, a Cambridge Analytica pedia em troca que os participantes liberassem acesso a várias informações, entre elas, sobre os amigos que tinham no Facebook. Por este caminho, a empresa conseguiu dados de mais de 50 milhões de usuários, sem que estas pessoas dessem consentimento para uso das informações em campanhas publicitárias e políticas.  

Pelo Twitter, a jornalista Carole Cadwallard, do The Guardian, afirmou que o jornal foi ameaçado de processo antes da publicação do artigo. Ela diz: "Ontem o @facebook ameaçou nos processar. Hoje, nós publicamos isso. Conheça o informante que abriu tudo sobre o Facebook e Cambridge Analytica".

A rede social negou a acusação de que não havia consentimento por parte dos perfilados e citou que os dados estavam disponíveis de forma aberta na plataforma.

A preocupação do Facebook é compreensível, uma vez que a confirmação do vazamento pode significar a possibilidade de que 50 milhões de pessoas movam um processo contra a rede social. Por conta disso, a empresa anunciou o contrato de uma auditoria forense digital para investigar as acusações. Em post oficial, o Facebook disse que a companhia Stroz Friedberg vai conduzir o processo e que a Cambridge Analytica concordou em abrir seus sistemas e servidores para investigação. Ainda, foram contactados Aleksandr Kogan e Wylie para colaborar com o processo. Wylie recusou.

Christopher Wylie, analista de dados que acusa Facebook e Cambridge Analytica (Foto: The Guardian)
Christopher Wylie, analista de dados que acusa Facebook e Cambridge Analytica (Foto: The Guardian)
Foto: Canaltech

Kogan é um professor do departamento de Psicologia da Universidade de Cambridge e, segundo Wylie, teria ajudado a Cambridge Analytica a criar o questionário usado para chegar às informações. O Facebook afirma que Kogan já aceitou colaborar com as investigações.

Pela divulgação de Wylie, os dados dos usuários teriam sido usados para influenciar na campanha presidencial de Donald Trump e da votação para que o Reino Unido deixasse a União Europeia. Tal método seria utilizado nas eleições presidenciais no Brasil pela empresa Ponte CA, que funcionava como uma sócia da Cambridge Analytica aqui. Contudo, o sócio da Ponte CA, André Torreta, confirmou que o uso do método está suspenso até o fim das investigações que não é mais parceria da Cambridge Analytica.

A Cambridge Analytica também negou ter violado os termos de uso da plataforma, afirmando ter utilizado a rede social para fins de publicidade e que não armazena informações de perfis nem as obteve de maneira ilícita.

Desvalorização

Com o escândalo, as ações do Facebook caíram 7 por cento hoje, o que representou um prejuízo de 43 milhões de dólares para empresa, até então. Esta foi a maior queda de mercado da rede social em um único dia nos último cinco anos.

Canaltech Canaltech
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