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Facebook afirma que usuários não são um produto para seu modelo de negócios

23 abr 2018 - 17h48
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Tim Cook, o CEO da Apple, em 2014 disse que "quando um serviço online é gratuito, você não é o cliente, você é o produto". Essa declaração nunca fez tanto sentido quanto nesses últimos meses, com o Facebook precisando dar satisfações sobre a exposição de dados dos mais de 87 milhões de usuários à Cambridge Analytica.

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Foto: Canaltech

Nessa segunda-feira (23), na série de publicações entitulada Hard Questions, ou "Perguntas Difíceis", em tradução livre, Rob Goldman, o vice-presidente do segmento de anúncios do Facebook, apresentou uma espécie de respostas a tais questionamentos. Uma dessas perguntas versava justamente sobre a crítica feita por Tim Cook e perguntava: "Se eu não estou pagando pelo Facebook, eu sou o produto?". A resposta, apresentada logo em seguida no texto, diz: "Não. Nosso produto é social media — a habilidade de conectar você às pessoas que você se importa, não importa onde elas estejam. É o mesmo que um mecanismo de buscas, website ou jornal. O produto principal é ler notícias ou encontrar informações — e os anúncios existem para financiar essa experiência."

Como empresa, o Facebook tem diversos produtos. Além de ser responsável pela rede social, a companhia atua na venda de anúncios publicitários e também administra outros aplicativos e serviços virtuais. Entretanto, o Facebook é um espaço virtual de convivência, onde é possível publicar o que você pensa, enviar mensagens diretas para amigos, vender um móvel usado pelo marketplace ou mesmo manter uma página do seu negócio próprio, entre outras coisas, e tudo isso está disponível sem que seja necessário desembolsar um tostão sequer. O lucro de todo esse tráfego de pessoas não pagantes vem do fato que, com as informações que nós optamos por tornar públicas na rede social, a empresa pode oferecer aos seus reais clientes — as companhias interessadas em pagar pela publicidade na rede social — a promessa de atingirem um seu público alvo mais acertado. E isso somente é possível com a coleta de dados públicos.

O próprio Mark Zuckerberg explicou, durante seu depoimento ao Congresso dos EUA, como funciona o modelo de negócios por ele adotado: "O que permitimos é que os anunciantes nos digam quem desejam alcançar e, então, fazemos o direcionamento. Por isso, se um anunciante vier até nós e disser: 'Tudo bem, sou uma loja de esqui e quero vender esquis para mulheres', então podemos ter alguma idéia, porque as pessoas compartilham conteúdo relacionado ao esqui, ou disseram que tinham interesse nisso, compartilhavam se elas eram mulheres, e então nós podemos mostrar os anúncios para as pessoas certas sem esses dados mudando de mãos e indo para o anunciante".

O Facebook não tira lucro vendendo diretamente seus dados às empresas interessadas. Na verdade, ele utiliza o fato de ter acesso aos seus dados como produto para vender publicidade. Assim, conforme explica a companhia, os seus dados não são o produto direto, mas sim o benefício que faz com que a empresa lucre vendendo os anúncios de maneira direcionada.

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