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Eliminar o cobalto das baterias pode ser o grande próximo desafio da Tesla

22 jun 2018 - 09h46
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O cobalto é uma faca de dois gumes para a indústria de baterias. Por um lado, é um dos principais elementos que propicia baterias com alta eficiência para carros; por outro, é um dos elementos mais caros desses equipamentos. Por conta disso, Elon Musk quer eliminar o elemento químico da lista de baterias da Tesla. Ele já anunciou que o Model 3 usa menos de 3% de cobalto em sua bateria e que a ideia é eliminar o elemento em uma próxima versão do carro.

Tesla
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Foto: DepositPhotos / Canaltech

Mas afinal, por que o cobalto é considerado esse grande vilão? Segundo o analista da Benchmark Mineral Intelligence, Caspar Rawles, em entrevista ao Verge, um dos principais problemas é como o elemento é minerado. Geralmente, ele é obtido como produto da mineração de outros metais como níquel e cobre, logo o preço fica atrelado à produção desses outros dois elementos. Além disso, o Congo é o principal produtor de cobalto do mundo e tem um forte controle sobre seu preço.

Por outro lado, as baterias da Tesla são feitas com uma mistura de níquel, cobalto e alumínio. Como a produção do níquel está atrelada à do cobalto, isso faz com que o preço de manufatura das baterias sempre se mantenha regular, já que a queda do custo de um metal obriga o aumento do outro.

Segundo Rawles, eliminar todo o cobalto da mistura também poderia acarretar problemas de desempenho. O cobalto funciona de forma bastante eficiente e segura como um cátodo, o polo receptor de elétrons que cria a corrente. Dessa forma, a retirada do metal faria com que a vida útil da bateria diminuísse.

Em seis anos, a Tesla conseguiu diminuir a utilização de cobalto em 60%, até os 3% indicados por Musk. Contudo, o analista acredita que o caminho para a eliminação total será um desafio ainda maior. Para ele, as baterias com a mistura de níquel, cobalto e alumínio ainda devem dominar o mercado de carros elétricos nos próximos 10 anos.

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