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Criaram uma impressora 3D que usa bactérias vivas como tinta

6 dez 2017 - 16h01
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Controvérsias quanto ao uso de seres vivos para o benefício da humanidade à parte, pesquisadores da ETH Zurich desenvolveram uma impressora 3D que usa bactérias vivas como tinta. A ideia aqui seria imprimir produtos com propriedades fornecidas pelas bactérias, que poderiam deter a ação de substâncias tóxicas, ou aumentar a pureza de materiais como a celulose, para aplicações biomédicas.

bactérias
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Foto: Canaltech

A impressora foi chamada pelos cientistas de Flink, mistura de "functional" com "ink" (em tradução livre, o significado seria "tinta funcional"). E, ao usar diferentes tipos de bactérias, as funções do produto final também seriam variadas.

Para fornecer a estrutura da tinta mesclada às bactérias, foi usado um hidrogel biocompatível, que é composto por ácido hialurônico, moléculas complexas de açúcar e sílica pirogênica. Com essa combinação, a equipe garantiu a sobrevivência das bactérias na tinta final.

De acordo com André Studart, chefe do Laboratory for Complex Materials do ETH Zurich, as primeiras bactérias usadas nos testes foram do tipo Pseudomonas putida e Acetobacter xylinum, capazes de quebrar a toxicidade de um subproduto químico gerado pela indústria, e também conseguem secretar nanocelulose de alta pureza.

Esse material pode ser usado para tratar queimaduras no corpo humano, por exemplo. Outras aplicações seriam o uso de um objeto para detectar toxinas na água potável, e, ainda, usar a tecnologia para criar filtros que poderiam ser usados em grandes vazamentos de óleo nos oceanos.

Para exibir os resultados, mostrando o potencial da nova tecnologia, a equipe imprimiu o logo do ETH Zurich usando a tinta com bactérias, revelando que o produto final tinha uma consistência ideal para ser aplicado. Um dos membros da equipe descreveu que "a tinta precisa ser viscosa como uma pasta de dentes, e ter a consistência de um creme hidratante".

Os cientistas acreditam, ainda, que as bactérias conseguirão sobreviver pelo tempo necessário após a impressão, mas isso ainda está sendo devidamente estudado, já que o projeto segue em seu estado inicial de execução. "Imprimir usando tinta com bactérias tem um enorme potencial, e existe uma ampla gama de bactérias úteis por aí. Muitas pessoas associam bactérias a doenças, mas nós não poderíamos sobreviver sem elas", declarou um dos pesquisadores.

A coisa toda foi explicada no seguinte vídeo (em inglês):

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