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Broadcom oferece US$ 105 bilhões para comprar Qualcomm

6 nov 2017 - 12h15
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No que pode ser o maior negócio em valor já registrado na indústria da tecnologia, a Broadcom ofereceu US$ 105 bilhões para comprar a Qualcomm. As duas já estão no ranking das maiores fabricantes de chips do mundo e, caso se unam, acabarão transformadas na terceira maior produtora de componentes do globo, atrás apenas da Intel e Samsung.

Broadcom
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Foto: Canaltech

A oferta foi feita com base nas ações da companhia - US$ 70 por cada cota, um valor 28% acima de sua cotação do mercado no dia 2 de novembro, data em que a proposta foi realizada. O valor total pago seria de US$ 130 bilhões, descontados os US$ 25 bilhões de dívidas possuídas pela fabricante, resultando no maior valor a ser pago em uma aquisição desse tipo.

Os números, quando avaliados, continuam hiperbólicos. A Qualcomm é, hoje, a maior desenvolvedora e fabricante do mercado mobile, um setor no qual a Broadcom também tem participação e deseja aumentar sua influência. A fusão faria com que a empresa resultante tenha presença em cada um dos mais de um bilhão de smartphones vendidos em todo o mundo, tornando-a uma das poucas unanimidades reais da indústria de tecnologia.

Em declarações oficiais, a Broadcom foi agressiva, afirmando que a ideia é, mesmo, criar a líder global em comunicações, além de ampliar seu próprio portfólio de soluções e produtos. A proposta permanece de pé mesmo que a Qualcomm tenha problemas relacionados à compra da NXP, uma marca de semicondutores cuja aquisição enfrenta desafios regulatórios e a resistência de acionistas.

Também com o objetivo de aumentar sua posição no mercado de comunicações, a Qualcomm realizou em outubro uma oferta de US$ 39 bilhões para compra da NXP. Entretanto, a possibilidade de formação de um monopólio colocou o negócio na mira das autoridades da União Europeia, enquanto acionistas da possível adquirida alegam que a proposta pode até estar acima do valor de mercado atual, mas desvaloriza a companhia de acordo com o que vinha sendo planejado para seu futuro.

Ironicamente ou não, essa também é a alegação de investidores da Qualcomm diante da proposta feita pela Broadcom. A empresa estaria preparada para rebater a oferta, citada como "indesejada" devido ao fato de que ela tenta se aproveitar de um momento complicado, em que a Qualcomm se encontra em meio às complexidades da compra da NXP e do espinhoso processo movido contra a Apple.

Seria, de acordo com acionistas ligados à negociação, mas não identificados, uma tentativa de comprar a companhia enquanto ela está "em baixa". O valor, mesmo sendo o maior já ofertado em uma negociação do mercado de tecnologia, seria abaixo do que é estimado para o futuro da Qualcomm. Os acionistas contrários estariam preparando uma campanha para evitar o fechamento do negócio.

A alegação de que a Broadcom está se aproveitando de um momento difícil ganha força quando se considera que o negócio, se concretizado, contribuiria com US$ 30 bilhões em ganhos para a Qualcomm no atual ano fiscal. Uma injeção de dinheiro extremamente necessária, principalmente em um momento no qual a empresa enfrenta retenção nos pagamentos de royalties por parte da Apple e sua parceira, que também constituem uma bela fatia do fluxo de caixa da fabricante de chips.

Seja como for, a notícia, que vinha sendo comentada em caráter de rumor desde a última semana e foi oficializada nesta segunda-feira (06), fez bem à possível adquirida. As ações da Qualcomm apresentaram alta de 13% na última sexta-feira (03) e abriram as negociações nesta semana com um aumento que já ultrapassa a marca dos 4% no momento em que essa reportagem é escrita. Os papéis da Broadcom também se valorizaram em mais de 7% no combinado dos últimos dias.

Caso seja confirmado, o negócio Broadcom-Qualcomm se tornaria, com ampla vantagem, a maior aquisição já realizada no mercado de tecnologia. Hoje, esse recorde é da Dell, que em 2015 adquiriu a EMC por US$ 67 bilhões. Em terceiro lugar está a compra da Compaq pela HP, em 2011, no valor de US$ 33,6 bilhões, seguida pela aquisição do WhatsApp pelo Facebook, em 2014, num negócio que custou US$ 19,1 bilhões para a rede social.

Canaltech Canaltech
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