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Ações do Facebook têm pior resultado desde novembro

26 set 2017 - 10h43
(atualizado às 11h03)
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As ações do Facebook sofreram uma baixa de 4,5% ao longo das negociações desta segunda-feira (25), chegando ao pior resultado registrado desde novembro do ano passado. Foi um dia tumultuado, marcado pelo retorno de Mark Zuckerberg ao posto de CEO, do qual ele estava afastado durante licença paternidade, e pela resolução de conflitos pelas mãos do próprio fundador da empresa.

No centro das tensões que levaram a uma aparente redução da confiabilidade dos investidores estão questões políticas e de controle da companhia. Primeiro, a notícia de que o Facebook entregou ao Congresso norte-americano, na última quinta-feira (21), dados sobre três mil anúncios realizados na plataforma durante as eleições do ano passado, supostamente feitos a partir de perfis falsos sediados na Rússia.

Trata-se de uma colaboração entre a rede social e as investigações, ainda em andamento, sobre uma possível interferência do Kremlin nos resultados que levaram Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. A rede social é citada constantemente nesse processo como um dos grandes vetores de manipulação da opinião pública em uma operação orquestrada por hackers, trabalhando sob financiamento do governo russo, para controlar o resultado das eleições americanas.

Mark Zuckerberg
Mark Zuckerberg
Foto: Divulgação / Canaltech

Ao mesmo tempo, também chegou ao fim um processo movido por investidores que estavam preocupados quanto à desvalorização de suas ações por meio da emissão de novas cotas de classe C, que geram rendimentos, mas não dão aos proprietários o direito a voto. Para os reclamantes, a separação entre poder de decisão e interesses econômicos seria danosa para a companhia - uma vez que a proposta seria aumentar ainda mais o capital da empresa, mas sem que seu fundador e CEO reduzisse o próprio controle.

Como parte do acordo, o CEO desistiu do plano de abertura de novas ações. Em vez disso, prometeu vender entre 35 milhões e 75 milhões de suas próprias cotas ao longo dos próximos 18 meses, de forma a financiar a operação da Chan Zuckerberg Initiative, uma organização voltada para usar a tecnologia no atendimento a questões sociais como a burocracia na utilização de serviços públicos e a dificuldade de acesso à informação em países emergentes.

Para analistas, o envolvimento cada vez maior do Facebook na investigação com relação às eleições americanas de 2016 pode ser vista com maus olhos pela Casa Branca. Levando em conta o ímpeto revanchista de Donald Trump, isso poderia significar em uma redução do apoio federal à rede social e um possível aumento no escrutínio com relação a normas e regulações.

Além disso, uma diluição da própria quantidade de ações também pegou mal para o mercado. Costumeiramente, a posse de uma boa quantidade de cotas por executivos de uma mesma empresa seria uma sinalização de que tudo vai bem e há confiança no futuro, enquanto o contrário, como anunciado por Zuckerberg em resposta ao processo, é visto no sentido oposto. Não caiu muito bem a notícia de que o CEO estaria disposto a diluir a própria participação para focar em iniciativas próprias.

Não ajudou, ainda, o fato de todo o mercado de tecnologia ter atingido baixa neste começo de semana. O índice Nasdaq fechou o dia com baixa de 0,9%, enquanto o índice de companhias do ramo aferido diariamente pela Standard & Poor's 500 também encerrou a segunda-feira em baixa de 1,4%.

Apesar da queda, não há motivo para alerta vermelho. Para especialistas, a queda no valor das ações veio acompanhada de um volume de transações três vezes maior que o dos últimos 30 dias para o Facebook, com uma operação equilibrada entre venda e compra. Isso significa que há interesse e o movimento representa mais o mercado se reajustando do que uma saída em massa de investidores preocupados com o futuro da rede social.

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