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De casa de boneca a 'Scarface': campuseiros exibem casemods

30 jan 2013 - 08h14
(atualizado em 13/2/2013 às 19h05)
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Os gabinetes de computador em geral são quadrados, escuros e sem graça. Mas na Campus Party eles ganham formas, cores e muitos detalhes diferentes na área de casemods, termo em inglês que designa os gabinetes modificados. De um robô de 3,3 metros de altura a uma torre toda coberta de coolers, competidores e amadores exibem aos campuseiros as suas criações.

Quem caminha pela arena da Campus Barty Brasil neste ano não tem nenhuma dificuldade de encontrar a área de casemods
Quem caminha pela arena da Campus Barty Brasil neste ano não tem nenhuma dificuldade de encontrar a área de casemods
Foto: Bruno Santos / Terra

Brian Victor, de Campinas (SP), compete com o Creeper, inspirado no jogo Minecraft. Um dos primeiros a chegar na Campus Party Brasil deste ano, ele levou três meses para fazer o mod e gastou cerca de R$ 5 mil no total.

O Spit-fire de Gabriel Andrade, de Americana (SP), não é inspirado em heróis ou em jogos. "Tentei fazer no estilo europeu de modding, mais liso, morderno organizado", conta. Com luzes azuis e a estampa de um dragão na lateral, o gabinete custou R$ 3 mil - o hardware somou mais R$ 7 mil, em um total de R$ 10 mil no conjunto.

A noiva de Gabriel, Débora Rodrigues, também de Americana, trouxe um casemod inspirado nos Beatles. O gabinete é todo adesivado e traz, na lateral, um "yellow submarine" - que no caso dela é preto - em acríico recortado a laser e com iluminação LED. Só com esse detalhe a paulista gastou R$ 160. Com toda a máquina, foram entre R$ 5 mil e R$ 6 mil. "A refrigeração é à água, as peças são quase personalizadas nesse caso", explica.

O casemod de Douglas Cunha, de Três Rios (RJ), foi inspirado no jogo Call of Duty - Black Ops II. Apesar de homenagear a versão dois do game, o gabinete modificado é o primeiro que o jovem traz para a Campus Party. Depois de nove meses e mais de R$ 10,5 mil, o resultado é uma máquina com controle remoto para iluminação - nas laterais, atrás da placa mãe e no título da máquina, por exemplo -, que são a parte favorita do trabalho para o autor.

Quem também tem um detalhe muito particular como favorito do casemod é Rafael Ferreira, de Joanópolis (SP): as três placas-mães raras, trazidas do Japão por um amigo, são o xodó do paulista. Tanta unicidade tem seu preço: R$ 22 mil totais, sendo R$ 7,5 mil só com as três placas importadas. A ideia inicial do analista de sistemas era competir, mas ele desanimou. "Acho que não tenho chance, tem muita coisa boa aqui", elogia.

O gabinete modificado do paulistano Adalberto Triunfo não é dos mais caros, custou cerca de R$ 5 mil, e chama a atenção pela estrutura: é todo feito de coolers com luzes azuis. Os equipamentos não são só estéticos: a máquina trabalha em overclocking de 3.5 a 4.8, sem baixar. Desse jeito, só mesmo 60 coolers para evitar algum problema. O tamanho do gabinete foi calculado a partir do tamanho dos componentes, e apesar de estar na competição, o autor diz que trouxe o computador "mais para fazer graça".

Campeão em 2010 traz Scarface este ano

No meio de casemods inspirados em quadrinhos, games e filmes da tradição geek, chama a atenção o gabinete em forma de casinha de boneca, criado pelo paulistano Thyago Virbickas. A ideia veio quando conversava com uma amiga e os dois se deram conta de que nunca se faz modding voltado para meninas. "Ela sugeriu uma torre grande pintada de rosa, mas eu achava que para mulher tinha que ser algo ou muito pequeno ou multifuncional", lembra. A casinha-mod, além de computador, funciona como decoração. Todos os componentes estão concentrados em um dos quartos, enquanto o outro, a cozinha e a sala têm móveis feitos em palito de picolé. O custo da casa foi de R$ 36 (a estrutura externa ele ganhou da amiga), e o hardware saiu por R$ 1,4 mil. A máquina hoje é das filhas Beatriz, de 8 anos, e Niobi, de 6 anos.

O clássico Scarface é homenageado por Omar Majzoub, de Embu das Artes (SP), que exibe um casemod com uma das cenas mais conhecidas do filme. Ganhador do primeiro lugar na competição em 2010, o paulista conta que fazia modding desde 2008, mas só soube que a atividade tinha nome e milhares de praticantes quando esteve na primeira edição da Campus Party. Entre suas criações estão gabinetes dos filmes Brinquedo Assassino e O Poderoso Chefão. O mod desse ano levou 10 meses para ficar pronto e custou cerca de R$ 8 a R$ 9 mil - custo coberto pelo patrocinador que o apoia desde o prêmio de três anos atrás.

Campus Party Brasil 2013

A sexta edição da Campus Party Brasil, uma das maiores festas de inovação, tecnologia e cultura digital do mundo, acontece entre 28 de janeiro e 3 de fevereiro no Anhembi Parque, em São Paulo. Na Arena do evento, 8 mil pessoas têm acesso à internet de alta velocidade e a mais de 500 horas de palestras, oficinas e workshops em 18 temáticas, que vão desde mídias sociais e empreendedorismo até robótica e biotecnologia. Cinco mil desses campuseiros passam a semana acampados no local.

A 6ª edição traz ao Brasil nomes como o astronauta Buzz Aldrin, um dos primeiros homens a pisar na Lua, e o fundador da Atari, Nolan Bushnell. Em sua sexta edição em São Paulo, a Campus Party também teve no ano passado a primeira edição em Recife (PE). O evento acontece ainda em países como Colômbia, Estados Unidos, México, Equador e Espanha, onde nasceu em 1997.

Nas edições brasileiras anteriores, o evento trouxe ao País nomes como Tim Berners-Lee, o criador da Web; Kevin Mitnick, um dos mais famosos hackers do mundo; Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos; Steve Wozniak, que fundou a Apple ao lado de Steve Jobs; e Kul Wadhwa, diretor-geral da fundação Wikimedia,que mantém a Wikipédia.

O Terra cobre o evento direto do Anhembi Parque e, além do canal especial Campus Party Brasil 2013, os internautas podem acompanhar as novidades pelo blog Direto da Campus. Para seguir a festa pelo Twitter, basta acompanhar a hashtag oficial do evento, #cpbr6.

 

Fonte: Terra
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