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Bolsonaro e Moro usarão celular criptografado da Abin

Anteriormente, o presidente Jair Bolsonaro negou o aparelho da Abin para continuar usando o WhatsApp...

13 jun 2019 - 11h58
(atualizado às 12h41)
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Bolsonaro e WhatsApp (Foto por Lula Marques)
Bolsonaro e WhatsApp (Foto por Lula Marques)
Foto: TecMundo

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça Sergio Moro, a partir de agora, usarão smartphones criptografados fornecidos pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência), afirma O Globo. Anteriormente, os políticos negaram a utilização do aparelho, que oferece mais segurança ao trocar mensagens e navegar na internet, para continuar com seus aparelhos pessoais.

A decisão foi tomada após o vazamento de conversas no Telegram entre Moro e o procurador Deltan Dallagnol, da Operação Lava Jato, em publicação do The Intercept. Ao que parece, os celulares da Abin não ficarão restritos aos dois, mas outros integrantes do Executivo também usarão o aparelho.

Logo quando assumiu o cargo de presidente, Jair Bolsonaro ignorou os pedidos da Abin para continuar usando seu smartphone Android. Visto que o principal meio de comunicação do governo federal atualmente é o Twitter e o presidente, sabidamente, utiliza-se do WhatsApp para conversas internas, o movimento de continuar usando o aparelho pessoal para coordenar o governo não foi uma boa cartada.

Citando um auxiliar do Planalto, o site O Globo afirma que o vazamento acendeu um alerta no governo. Além disso, que o celular fornecido pela Abin é inteiramente criptografado, protegendo os dados que ali são compartilhados.

Como é o celular da Abin

O celular entregue pela Abin é conhecido como Terminal de Comunicação Segura (TCS), um dispositivo criptografado que deve ser utilizado por autoridades para tratar de assuntos de interesse público.

O TCS, contudo, não permite a instalação do WhatsApp e Telegram, que é um aplicativo fácil de usar. O TCS também não libera a instalação do Twitter, rede social que se tornou canal de comunicação oficial do governo federal, como citamos anteriormente. Ainda, impede a instalação do Instagram, outro canal de comunicação do presidente, que conta com mais de 10 milhões de seguidores. Mas por que ele não permite a instalação? Porque se trata de um dispositivo seguro: aplicativos possuem falhas e, hora ou outra, a segurança do presidente pode ser afetada por vulnerabilidade — antiga ou nova — descoberta e explorada.

Por outro lado, o dispositivo oferecido pela Agência de Inteligência possui um aplicativo de conversas parecido com o WhatsApp. Possui chave de criptografia e servidor, tudo administrado pela própria Abin. Contudo, ele não é tão prático quanto o aplicativo de mensagens mais usado no Brasil — por isso a resistência de Bolsonaro em sua utilização.

Sobre presidentes anteriores, sabe-se que Dilma Rousseff recorria aos aparelhos de assessores pessoais e só comprou um smartphone poucos meses antes de ser tirada da presidência. Michel Temer, que chegou logo em seguida, raramente respondia mensagens e preferia o contato via telefone.

Além do celular criptografado, a Abin oferece como meios seguros de comunicação um email (também criptografado) e um telefone fixo com sistema de segurança.

Abin
Abin
Foto: TecMundo

Planalto ainda preocupado

Apesar da mudança de smartphones estar certa entre o alto escalão do governo, ainda existe uma preocupação: será que mesmo dispositivos criptografados e bancos de dados do governo podem ser atacados por hackers?

A resposta para isso é: sim. Sistemas sempre vão possuir algum gargalo ou vulnerabilidade, já que uma bala de prata da cibersegurança ainda não foi inventada. Pior: há o fator de humano. Isso significa que erros permitindo uma invasão, seja até via phishing, podem acontecer se o utilizador não for bem-educado em cibersegurança.

Uma investigação da Polícia Federal já acontece em quatro cidades brasileiras — São Paulo, Curitiba, Brasília e Rio de Janeiro —; até o momento, a origem do vazamento de conversas não identificado.

Vale notar que, o The Intercept, responsável pelo vazamento, não citou que houve qualquer ação hacker, o que abre precedente até para uma ação de agente interno. Por outro lado, Polícia Federal e grande mídia trabalham com a hipótese de ataque hacker.

"O presidente é orientado pelos seus agentes de segurança nas área física e cibernética com comportar-se. Em cima dessas orientações que ele vem tomando as precauções que são necessárias", adicionou o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros.

TecMundo
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