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Banco Original prevê voltar à lucratividade em 2021 com mais crédito ao consumo

26 set 2020 - 08h14
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O Banco Original, está acelerando a oferta de crédito a pessoas físicas para com isso chegar à lucratividade em 2021, à medida que elevados investimentos em seu braço digital ganham tração, disse o presidente-executivo, Alexandre Abreu.

Vista da sala de entrada do Banco Original, em São Paulo. Aluísio Alves/Reuters.
Vista da sala de entrada do Banco Original, em São Paulo. Aluísio Alves/Reuters.
Foto: Reuters

A carteira de crédito para consumo da instituição chegou em agosto a 1 bilhão de reais, alta de 73% em 12 meses, com impulso das linhas de CDC e cartão de crédito. Isso compensou em parte a retração nos empréstimos para grandes empresas, o que fez o estoque total encolher de 7,2 bilhões para 7 bilhões em 2020.

O aumento mais recente dos financiamentos para o varejo no Original aconteceu enquanto as medidas de isolamento social tomadas para conter a pandemia da Covid-19 deram uma guinada na demanda por serviços de bancos digitais e fintechs.

O PicPay, carteira digital do Banco Original, mais do que dobrou sua base de clientes em 2020 até agosto, chegando a 31 milhões de pessoas, impulsionado em parte pelo fato de ter sido usado para ajudar a distribuir ajuda emergencial do governo federal durante a pandemia.

"Estamos começando a oferecer crédito para clientes do PicPay", disse Abreu em entrevista à Reuters.

Essa escalada recente do crédito ajudou o Original a crescer em 40% a margem financeira do primeiro semestre, ante mesma etapa de 2019, para 345 milhões de reais. A previsão do banco é de que esse montante chegue a 398 milhões no segundo semestre.

O plano é ampliar a variedade de linhas em 2021, entrando com mais força no crédito consignado e empréstimo com garantia, como parte do plano de voltar à lucratividade.

"O Original deve se tornar autossuficiente em 2021", disse Abreu, ex-presidente do Banco do Brasil, que assumiu o comando do Banco Original há cerca de dois anos para ajudar a deslanchar o negócio de varejo digital do banco controlado pela J&F, holding dona da JBS, junto com veteranos ex-BB.

Diferente de boa parte dos chamados bancos digitais, que se multiplicaram no Brasil nos últimos anos apoiados em isenção de taxas como chamariz para arrebanhar clientes, o Original rejeita a política de gratuidade de tarifas.

Por isso, o banco tem crescido numa velocidade menor do que alguns de seus rivais. Em agosto, atingiu 3,74 milhões de contas pessoa física e microempreendedores, alta de 71% em 12 meses.

"Não vamos crescer a qualquer custo", disse diretor de tecnologia e produtos do Original, frisando que iniciativas do grupo em tecnologia devem florescer dentro de uma agenda regulatória favorável, incluindo PIX e open banking. O banco contratou 360 pessoas neste ano só para a área de tecnologia.

No primeiro semestre, porém ainda que tenha observado evolução de resultados operacionais refletindo iniciativas para rentabilizar a base de clientes, uma série de fatores incluindo perdas com hedge cambial, depreciação de ativos e investimentos em tecnologia, levaram o banco a um prejuízo de 220 milhões de reais, ante lucro de 3,6 milhões um ano antes.

Além disso, a provisão para perdas esperadas com calotes subiu 23,5% desde o final de 2019, para 334,7 milhões de reais, acompanhando o aumento do crédito e a expectativa de piora no índice de inadimplência, na esteira da crise provocada pela pandemia, "mas com receita maior para compensar", disse Abreu.

O Original fechou junho com Índice de Basileia de 10%.

De acordo com Abreu, não há planos do banco no momento para uma eventual abertura de capital.

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