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Aumento de capital faz ação da B2W disparar mais de 30%

27 jan 2014 - 13h11
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As ações da B2W saltavam cerca de 30 por cento nesta segunda-feira, com o mercado recebendo bem o anúncio da companhia de comércio eletrônico de que seu Conselho de Administração aprovou um aumento de capital privado da companhia em cerca de 2,4 bilhões de reais.

Às 12h50, a ação da empresa tinha alta de 33,7 por cento, a 20,75 reais, diante de variação positiva de 0,3 por cento do Ibovespa, índice do qual a companhia não faz mais parte desde o início do ano. As ações de sua controladora, Lojas Americanas, tinham queda de 0,2 por cento, a 14,73 reais, no mesmo instante.

A operação foi bem avaliada pelo mercado em um momento de alavancagem elevada da B2W, apesar da diluição de cerca de 38 por cento que trará a acionistas minoritários que não acompanharem o aporte, cujo preço foi definido em 25 reais por papel.

A estimativa é que o aumento de capital alcance 2,38 bilhões de reais, mediante emissão privada de 95,2 milhões de ações. O prêmio embutido na operação é de cerca de 61 por cento acima do valor de fechamento da ação na sexta-feira.

A Lojas Americanas comprometeu-se a subscrever no mínimo 1,02 bilhão de reais em ações no aumento de capital, enquanto a Tiger Global, que tem investimento em companhias como Decolar.com, Peixe Urbano e Netshoes, vai investir entre 459,2 milhões e 1,2 bilhão de reais.

RISCO MENOR

O UBS elevou a recomendação da ação da B2W de "venda" para "compra" em resposta à notícia, com preço-alvo de 25 reis por ação, ante 8 reais anteriormente. Segundo o banco, "o novo aumento de capital praticamente elimina a dívida líquida ajustada da B2W e pressões financeiras de curto prazo. Essa era a maior fonte de risco para a ação em 2014", disseram os analistas Gustavo Piras Oliveira, Thais Pinho e Alfonso Martinez.

O UBS acrescentou que a parceria com a Tiger Global dá à B2W acesso à experiência do grupo no setor de tecnologia e Internet que pode ajudar no plano de transformação da empresa.

O BTG Pactual também elevou a recomendação da ação pra "compra", com preço-alvo de 21 reais, afirmando que o aumento de capital põe a empresa em uma posição melhor para desenvolver seu negócio e ganhar participação de mercado.

Numa postura mais cautelosa, analistas do Deutsche Bank reiteraram sua recomendação de "venda" para os papéis da B2W, com preço-alvo de 3 reais, sob a justificativa de que a companhia deve enfrentar um ambiente competitivo nos próximos anos. A competição deve limitar a capacidade da empresa de elevar margens operacionais para níveis muito altos e trazer de volta fluxo de caixa para o positivo, segundo o Deutsche.

Para a Lojas Americanas, os analistas Fabio Monteiro e Thiago Andrade, do BTG, afirmaram que as despesas financeiras extras serão compensadas por menores perdas provenientes da B2W. O BTG estimou um aumento do lucro por ação da Lojas Americanas em 2014, de 7,1 por cento.

Já analistas da XP Investimentos foram mais pessimistas e classificaram a notícia como negativa para a Lojas Americanas, "pois ocorre o desembolso de 1 bilhão, no mínimo, numa companhia que não gera retorno que justifique o aporte".

(Por Priscila Jordão)

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