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Aquisições do Facebook revelam apetite por metaverso

Simultaneamente, empresa é investigada nos Estados Unidos em processo antitruste por compor monopólio nas redes sociais

12 nov 2021 - 20h29
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O Facebook, agora renomeado de Meta (grupo que controla o Instagram, WhatsApp e o Facebook), realizou um total de 21 aquisições de empresas de tecnologia nos últimos três anos, de acordo com o banco de dados do mercado Pitchbook, reporta o site especializado Recode.

As compras são de áreas consideradas estratégicas pela empresa de Mark Zuckerberg: games e realidade virtual, essenciais para estabelecer o metaverso — principal aposta da companhia para o futuro da internet. Só neste ano, foram adquiridas a Within, Unit 2 Games, Bigbox VR e Downpour Interactive, que indicam o investimento que a Meta tem feito na nova categoria de serviço em que pretende ser líder.

O movimento acontece em meio à nova investigação do governo americano em processo antitruste sob a qual o Facebook está submetido. Segundo a Comissão Federal de Comércio americana (FTC, na sigla em inglês), em declaração feita em agosto deste ano, a companhia compõe um monopólio de redes sociais, pedindo que a companhia fosse "quebrada" e vendesse o Instagram (comprado em 2012 por US$ 1 bilhão à época) e o WhatsApp (adquirido em 2014 por US$ 19 bilhões). O processo está em análise nos Estados Unidos.

Processo

Desde o ano passado o governo americano vem se posicionando contra as aquisições feitas pelo Facebook. Documentos obtidos por uma investigação do Congresso dos Estados Unidos, revelados em julho de 2020, mostram que o presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, teve a intenção de comprar o Instagram para se proteger de competição no mercado. Durante uma troca de e-mails com o diretor financeiro da empresa, David Ebersman, em 2012, Zuckerberg chega a dizer que "se eles (o Instagram) crescerem em larga escala, pode ser muito prejudicial para o Facebook".

"Esses negócios estão começando ainda mas as redes estão estabelecidas e as marcas já são significativas", disse Zuckerberg na troca de emails, em referência ao Instagram e também a outra rede social, chamada Path. "Já que nosso próprio valor é bastante agressivo e que somos vulneráveis em dispositivos móveis, estou curioso para saber se devemos considerar ir atrás de um ou dois deles. O que você acha?", questionou Zuckerberg em uma mensagem a Ebersman.

Em resposta, Ebersman pediu para o presidente do Facebook explicar a motivação por trás dessas possíveis aquisições — ele listou quatro possíveis razões consideradas em geral para comprar empresas e pediu a Zuckerberg sua opinião para o caso em questão. Zuckerberg respondeu que tratava-se de uma combinação de evitar competição e melhorar o Facebook. "Há um efeito de rede em torno de produtos sociais e um número finito de diferentes mecanismos sociais para inventar. Quando alguém ganha em uma mecânica específica, é difícil para outros substituir sem fazer algo diferente." / COM REUTERS

Estadão
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