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Apps não oficiais prometem cadastro em auxílio emergencial, mas podem roubar dados

Em busca feita na loja de aplicativos Google Play, usada pelo sistema Android, é possível encontrar programas que se passam por oficiais; Google diz que está revisando apps

7 abr 2020 - 20h25
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Uma das principais medidas divulgadas pelo governo para combater a crise causada pela pandemia do coronavírus, o auxílio emergencial de R$ 600 por mês deve ser solicitado pela internet, via site ou aplicativo oficial da Caixa Econômica Federal. No entanto, em meio ao desespero de muitas pessoas para receber os recursos, aplicativos não oficiais estão se passando pela plataforma do governo em lojas oficiais de apps.

Em uma busca rápida por termos como "ajuda emergencial" ou "auxílio emergencial" na Play Store, loja de apps do Google, é possível encontrá-los às dúzias, com nomes como "consulta benefício", "consulta saldo família 2020", "consulta benefício familiar", entre outros. A PlayStore é a loja do sistema operacional Android, usado por pelo menos nove entre dez celulares no País.

É algo com o que muitos usuários devem tomar cuidado: além de não servirem para o cadastro oficial para o auxílio emergencial, esses aplicativos ainda podem ser utilizados por cibercriminosos para roubar dados pessoais dos cidadãos - como nome, endereço, CPF e outras documentos importantes.

Procurado, o Google afirmou que está ciente do problema. "Estamos revisando os aplicativos que forem denunciados pelos usuários e, caso uma violação seja comprovada, removeremos os mesmos da nossa loja", afirmou a empresa. A profusão de apps acontece, em partes, porque o Google tem uma política específica para a publicação de programas em sua loja: primeiro, os desenvolvedores colocam os apps no ar, para que depois, caso haja denúncias ou irregularidades, a empresa atue.

Se por um lado isso facilita e democratiza a criação de apps, segundo especialistas, do outro também pode gerar um problema para a segurança e a privacidade digital. Já a Apple, dona da outra grande loja de aplicativos para smartphones, tem um sistema diferente: na App Store, são publicados apenas aplicativos que forem revisados.

Para evitar cair no problema, é bom prestar atenção em alguns aspectos. Entre eles, o nome e a empresa responsável pelo app - no caso de sistemas do governo, o nome fica como "Governo do Brasil" ou de órgãos e empresas estatais, como INSS, Caixa ou Serpro, por exemplo.

Além disso, vale a pena prestar atenção nos ícones dos aplicativos - vários dos apps irregulares continham, por exemplo, logomarcas de gestões passadas, como "País Rico é País Sem Pobreza". Também é bom consultar os comentários dos aplicativos nas lojas oficiais. Na internet, é bom ainda ter o pé atrás: se desconfiar que o app não é verdadeiro, não insira seus dados.

Estadão
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