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Apple registra lucro de US$ 34,6 bi e tem maior trimestre da história

Empresa foi impulsionada principalmente por serviços, que somaram US$ 19 bilhões em receita

27 jan 2022 - 18h55
(atualizado às 19h56)
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Depois de ser a primeira empresa a atingir US$ 3 trilhões em valor de mercado, a Apple teve o maior trimestre de sua história. A dona do iPhone viu a receita saltar para US$ 123,9 bilhões, alta de 11% na comparação com o último trimestre de 2021. O lucro de US$ 34,6 bilhões representou uma alta de 21% ante 2020 - todos os resultados ficaram acima das expectativas do mercado.

Segundo o balanço da empresa, divulgado nesta quinta, 27, o principal segmento da firma continua sendo a venda de iPhone (receita de US$ 71,6 bilhões no trimestre passado). Em segundo lugar, a alta vem de serviços, que totalizou US$ 19,5 bilhões — é nessa divisão em que vem apostando a companhia nos últimos anos, com intuito de ampliar as margens de lucro ao oferecer pacotes de assinatura de músicas, filmes e nuvem.

Vestíveis e acessórios (categoria em que são contabilizados o relógio Apple Watch, os fones de ouvido AirPods e a caixa de som inteligente HomePod mini) somaram US$ 14,7 bilhões, terceira maior receita para a empresa. Depois vêm os computadores Macs (US$ 10,8 bilhões) e iPad (US$ 7,2 bilhões) — o tablet foi o patinho feio no ano passado, sendo a única divisão com retração nas vendas (em 2020, o número foi de US$ 8,4 bilhões).

Os principais mercados para a Apple se mantiveram: as Américas totalizaram US$ 51,4 bilhões, com Europa e China continental somando US$ 29,7 bilhões e US$ 25,7 bilhões. Japão e restante da Ásia, no entanto, sofreram encolhimento na receita entre um trimestre e outro.

Obstáculos à frente

A Apple atribui o mau momento do iPad à escassez de chips, que vem afetando toda a indústria de tecnologia do mundo. Segundo a companhia, o tablet sofreu com esse cenário de alta demanda por semicondutores, o que afetou a entrega do item para os clientes. "Problemas na cadeira de suprimentos foram particularmente pronunciados nessa categoria", declarou o diretor de finanças da empresa, Luca Maestri.

Nesse cenário, a atenção dos investidores se volta para possíveis entraves na produção do iPhone. Se a escassez de chips chegar a afetar a entrega do smartphone, o desempenho financeiro da companhia pode ser seriamente afetado, já que o item é o carro-chefe da empresa em receita.

Para o analista Dan Ives, da consultoria americana WedBush, isso não deve se concretizar. "Não vemos problemas na demanda do iPhone estragando a história da empresa em 2022, apesar de muitos estarem gritarem fogo no teatro lotado", escreveu a investidores logo após a publicação do balanço.

Para os próximos meses, a Apple declarou a investidores que a situação da escassez de chips deve se normalizar, sem dar mais detalhes.

Trilionária

Em 3 de janeiro, a Apple foi a primeira companhia do mundo a atingir avaliação de mercado de US$ 3 trilhões. Em 2019, a empresa também havia superado o marco inédito do US$ 1 trilhão e, em 2020, dos US$ 2 trilhões — feitos que seriam acompanhados por Microsoft, Google, Amazon e Facebook.

Segundo analistas, a expectativa é que o ano de 2022 seja quando a dona do iPhone deva apresentar uma nova categoria de produto: os óculos de realidade virtual. O mercado financeiro espera que o item seja responsável por ser uma nova fonte de renda para a empresa, cuja última grande inovação foi o Apple Watch, de 2014.

Estadão
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