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Apple pode lançar carro entre 2023 e 2025, diz analista

Ming-Chi Kuo, conhecido por acertar previsões sobre novos iPhones, prevê que empresa pode revolucionar mercado automotivo; veículo e dispositivo de realidade aumentada levarão companhia ao valor de mercado de US$ 2 trilhões

16 ago 2018 - 15h15
(atualizado às 18h36)
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A Apple pode lançar um carro entre 2023 e 2025. A previsão pode parecer um mero exercício de futurologia, mas tem lá sua base: ela foi feita pelo analista Ming-Chi Kuo, da consultoria TF International Securities, conhecido por acertar, nos últimos anos, as grandes novidades anunciadas pela empresa em novos modelos de iPhone. Para Kuo, o "Apple Car" tem potencial de revolucionar a indústria automotiva da mesma forma que o iPhone fez nos últimos anos.

"Será o próximo produto estelar da Apple", escreveu o analista em uma nota publicada nessa quinta-feira, 16. Para ele, há "grandes oportunidades e demandas" no mercado de carros, que já está sendo redefinido por novas tecnologias - como conectividade e direção autônoma, por exemplo. Para Kuo, no entanto, o diferencial da Apple será aliar essas características com outras inovações, como realidade aumentada, para criar um automóvel capaz de bater os rivais.

"A Apple pode fazer uma integração melhor de hardware, software e serviços" que os atuais competidores no mercado de eletrônicos e de carros. Além disso, a Apple também poderá explorar serviços financeiros em torno da indústria automotiva.

Segundo Kuo, o carro, bem como o setor de serviços e um futuro dispositivo de realidade aumentada a ser lançado em 2020 (leia mais abaixo), serão as armas da empresa para alcançar um valor de mercado de US$ 2 trilhões - há duas semanas, a companhia comandada por Tim Cook se tornou a primeira empresa americana a bater o valor de US$ 1 trilhão.

As previsões de Kuo chamam a atenção especialmente porque hoje há poucos detalhes sobre o trabalho da empresa no setor. Sabe-se que a empresa tem um projeto de carro autônomo, chamado de Project Titan, desenvolvido desde 2014. Nos primeiros protótipos, a parte interior do carro foi projetada para ser um espaço de luxo que se assemelharia a uma sala de estar.

A ideia inicial do carro autônomo também contava com displays de realidade aumentadas e holográficos embutidos nos para-brisas e janelas do veículo, além de um teto solar feito de um material especial para reduzir o calor do sol e janelas com cores ajustáveis, semelhantes ao dos novos Boeing 787. O projeto, porém, não foi adiante por dificuldades da empresa de desenvolver partes fundamentais de um carro.

Ainda assim, o ideal de fazer um carro segue em pauta na Apple - nos últimos meses, a empresa teria fechado uma parceria com a Volkswagen para a construção dos veículos. Na semana passada, a dona do iPhone contratou Doug Field, ex-diretor de engenharia da fabricante de carros elétricos Tesla. Além disso, documentos entregues às autoridades americanas dizem que cerca de 5 mil pessoas dentro da empresa têm acesso aos dados do Titan.

Realidade aumentada. No relatório publicado nesta quinta-feira, 16, Kuo também especulou sobre a possibilidade da Apple lançar óculos de realidade aumentada. Previsto para 2020, o dispositivo pode ser a ponta de lança "de uma experiência de usuário revolucionária, de nova geração".

Não é uma aposta de todo fora da realidade: nos últimos anos, a empresa tem trabalhado firme no desenvolvimento de sistemas para auxiliar a criação de programas com a tecnologia, além de embutido diversas funções com ela no iPhone.

Para a indústria, os óculos, porém, são uma solução mais interessante para o uso da realidade aumentada, uma vez que liberariam as mãos do usuário para interagir com o mundo real. Segundo Kuo, os dispositivos teriam uma tela dedicada, um processador interno e também um novo sistema operacional, o "rOS", baseado no iOS, hoje usado pelo iPhone e pelo iPad.

Estadão
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