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Apple e Qualcomm entram em acordo após Intel desistir de produzir componente do iPhone

Intel abandou a produção de modems 5G para celulares, deixando o mercado nas mãos da Qualcomm

17 abr 2019 - 12h02
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A Apple e a Qualcomm decidiram nesta terça-feira, 16, abandonar todos os litígios em andamento e resolver uma disputa sobre royalties, chegando a um acordo sobre licença global de patente e fornecimento de chips. O acordo também inclui um pagamento de valor não revelado da Apple para a Qualcomm.

As ações da Qualcomm dispararam mais de 20% no final da tarde, enquanto os papéis da Apple permanceram estáveis. A Apple entrou com um processo de US$ 1 bilhão contra a Qualcomm em janeiro de 2017, acusando a fabricante de chips de sobrecarga de chips e recusando-se a pagar cerca de US$ 1 bilhão em descontos prometidos. Depois, a Qualcomm entrou com ação judicial alegando que a Apple usou seu peso no ramo de eletrônicos para pedir a fornecedores como a Hon Hai para reter pagamentos de royalties da Qualcomm que a Apple tinha historicamente reembolsado para as fábricas.

Como parte do acordo, a Qualcomm também encerrará o litígio com os fabricantes contratados da Apple. A Apple alegava que as práticas de patente da Qualcomm visavam manter o monopólio do mercado de chips de modem, que conectam smartphones a redes de dados sem fio. Até 2016, o iPhone da usava antes chips da Qualcomm, mas, com o lançamento do iPhone 7, a Apple começou a usar chips de modem da Intel em alguns modelos.

Em julho de 2018, a Qualcomm disse que acreditava que seus chips tinham sido completamente removidos da mais nova geração de iPhones lançada em setembro de 2018, deixando a Intel como o único fornecedor.

Mudança na Intel. A opção pelo acordo pode ser o resultado de uma decisão da Intel. Horas depois do anúncio das duas empresas, a Intel revelou que vai abandonar o mercado de modems 5G para telefones celulares para focar na produção de modens 4G e 5G para PCs e outros dispositivos inteligentes, além de concentrar esforços em equipamentos de infraestrutura 5G. Na prática, a Intel deixou todo o mercado de modems 5G de celulares nas mãos da Qualcomm.

"No segmento de smartphones, não há um caminho claro para lucratividade e retornos positivos", disse Bob Swan, presidente executivo da Intel, no comunicado da empresa. Não está claro quando a Intel informou a Apple de sua decisão - nenhuma das empresas comentou o assunto. Apple e Qualcomm também não informaram os motivos de surpreendentemente encerrarem a disputa nos tribunais.

O jornal japonês Nikkei informava na terça, 16, que a Apple estava preocupada com a capacidade da Intel de fornecer os chips para os modelos de iPhone lançados em 2020. / COM INFORMAÇÕES DA REUTERS

Estadão
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