Após recusa, Zuckerberg é pressionado a depor em comitê internacional
Parlamentares de cinco países querem ouvir executivo sobre desinformação e notícias falsas na rede social
Em mais um capítulo do ano de escândalos do Facebook, Mark Zuckerberg está sendo pressionado a comparecer a uma espécie de comitê parlamentar internacional, com integrantes de cinco países diferentes. Formado por Reino Unido, Canadá, Irlanda, Argentina e Austrália, o comitê quer ouvir o executivo a respeito de desinformação e notícias falsas presentes na rede social.
Com ou sem a presença de Zuckerberg, a audiência será realizada em 27 de novembro em Londres. Nesta quarta-feira, 7, um membro do Comitê de assuntos digitais, cultura, mídia e esportes do governo britânico publicou uma carta na qual revela que Zuckerberg já recusou um primeiro convite para a audiência.
Segundo o documento, o Facebook declinou em 2 de novembro a um convite feito em 31 de outubro, dizendo que "reconhece a seriedade do assunto e que está comprometido a providenciar informações adicionais caso necessário". O comitê, porém, afirma que a rede social não oferece soluções para uma colaboração efetiva entre as partes.
Na época do primeiro convite, apenas Reino Unido e Canadá faziam parte do comitê. Assim, a publicação da carta serviu para anunciar a entrada dos outros três países. Nela, um novo convite para a audiência foi feito, dizendo que a presença de Zuckerberg é "esperada e urgente". Juntos, os cinco países têm 170 milhões de usuários do Facebook.
Facebook say that they remain committed" to working with our committees "to provide any additional relevant information" that we require. Yet they offer no means of doing this. The call for accountability is growing, with representatives from 5 parliaments now meeting on the 27th pic.twitter.com/VJFtpqUi0r
— Damian Collins (@DamianCollins) November 7, 2018
Se confirmar a participação, não será a primeira vez de Zuckerberg numa audiência com políticos em 2018. Após o escândalo da Cambridge Analytica, ele encarou 10 horas de audiência com congressistas americanos no último mês de abril - cinco horas de sabatina no Senado e cinco horas num comitê do Congresso. Em maio, foi a vez do parlamento britânico ouvir o executivo.
O Facebook ainda não se pronunciou sobre o novo convite.