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Amazon e Supermicro se juntam à Apple e pedem retratação da Bloomberg

Executivos se posicionaram criticando uma reportagem publicada no começo deste mês, que disse que espiões chineses inseriram chips maliciosos em sistemas americanos; o presidente executivo da Apple, Tim Cook, refutou a história na semana passada

23 out 2018 - 12h56
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Executivos da Amazon e da Supermicro se posicionaram criticando a Bloomberg por sua reportagem publicada no começo deste mês, que disse que espiões chineses inseriram chips maliciosos em sistemas americanos. Na última sexta-feira, 19, quem refutou a história foi Tim Cook, presidente executivo da Apple. "Isso não aconteceu, não há verdade nisso", disse Cook em entrevista ao site BuzzFeed News.

Andy Jassy, presidente do Amazon Web Services, serviço de armazenamento em nuvem da empresa, disse no Twitter nesta segunda-feira, 22, que Tim Cook estava certo, e que "a reportagem da Bloomberg está equivocada sobre a Amazon também".

"Eles não ofereceram provas, a história continuou a mudar, e não demonstraram interesse nas nossas respostas ao menos que pudéssemos validar a teorias deles", escreveu o executivo. "A Bloomberg deve se retratar", acrescentou.

Charles Liang, presidente executivo da Supermicro, fornecedora citada na reportagem, disse em uma declaração obtida pelo site CNBC que "a Bloomberg deve agir de forma responsável e retratar as suas alegações, que não se sustentam, de que chips maliciosos foram inseridos em nossas placas-mãe durante o processo de fabricação".

A Bloomberg disse ao site Business Insider no começo deste mês que a "a investigação é o resultado de mais de um ano de reportagem, período em que foram feitas mais de cem entrevistas". A agência de notícias também disse que foram ouvidas fontes que incluem oficiais do governo e pessoas que trabalham dentro das empresas, que confirmaram a manipulação de hardware e outros elementos do ataque.

Entenda o caso. Segundo uma reportagem da Bloomberg publicada no começo deste mês, o governo da China, por meio da unidade do Exército de Libertação do Povo Chinês, teria inserido um minúsculo e imperceptível chip nas placas-mãe produzidas pela Supermicro, uma das principais fornecedoras de servidores a empresas dos Estados Unidos. A companhia é americana, mas monta placas-mãe na China.

De acordo com a reportagem, a hipótese é de que a operação tinha a meta de obter segredos comerciais valiosos e de invadir redes governamentais, mas não há evidência de que dados de empresas ou de usuários tenham sido roubados ou adulterados.

A Bloomberg afirma que a Apple e a Amazon teriam descoberto o ataque por meio de investigações internas e que avisaram as autoridades dos Estados Unidos. As duas empresas negaram que isso tenha ocorrido.

Estadão
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