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Alemanha está preocupada com possíveis sabotagens cibernéticas

4 set 2018 - 15h22
(atualizado às 16h19)
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Um número crescente de países pode invadir redes de computadores privadas e instalar softwares maliciosos para sabotar a infraestrutura de outra nação, informou o chefe de espionagem da Alemanha nesta terça-feira.

Pessoa encapuzada diante de projeção de códigos computacionais em foto ilustrativa
13/05/2017 REUTERS/Kacper Pempel/Illustration
Pessoa encapuzada diante de projeção de códigos computacionais em foto ilustrativa 13/05/2017 REUTERS/Kacper Pempel/Illustration
Foto: Reuters

A China, a Rússia e outros países continuaram tentando invadir computadores de empresas alemãs para roubar informações industriais, disse Hans-Georg Maassen, chefe da agência de inteligência doméstica BfV, em uma conferência de segurança.

Mas as autoridades de inteligência estão cada vez mais preocupadas com as chamadas "bombas cibernéticas", que podem ser plantadas na rede de uma empresa sem serem detectadas até serem ativadas para executar uma ação mais tarde.

"No caso da China e Rússia, vemos claramente medidas como espionagem, mas também pode ser sabotagem com o objetivo de atacar empresas de infraestrutura na Alemanha em algum momento futuro", disse Maassen. "Esse é um cenário que vemos com preocupação".

Ele disse que esses ataques podem vir de vários países. Em seu relatório anual, a agência citou avanços rápidos nas capacidades cibernéticas do Irã, embora não tenha explicitado especificamente as preocupações com esses ataques.

Especialistas do espaço cibernético alertam que a Alemanha --com seu alto nível de especialização em tecnologia-- é um alvo particularmente atraente para hackers de todos os tipos, incluindo agentes estatais.

A Alemanha está preocupada que a China também esteja tentando ganhar posições dominantes nos setores de tecnologia, assumindo participações nas empresas alemãs, disse Maassen.

"Esse é um projeto político em que o governo está investindo muito dinheiro, não apenas para desenvolvimento, mas para comprar informações para seu próprio progresso técnico, ou para obter uma posição em áreas específicas que tornem impossível para outros continuarem se desenvolvendo nesses setores", disse ele.

Burkhard Even, que lidera a unidade de contra-espionagem da BfV, disse durante a conferência que a quantidade de conhecimento industrial cedida a chineses através de aquisições nos últimos dois anos já excedeu os danos causados pela espionagem.

Ele disse que havia "uma conexão muito clara" entre ataques cibernéticos e ofertas públicas de aquisição, com muitas empresas frequentemente alvejadas por ataques cibernéticos antes de qualquer atividade de fusão e aquisição.

A Alemanha e outros países da União Europeia estão reformulando suas regras de investimento para proteger tecnologias sensíveis contra aquisições chinesas. Em dezembro, a BfV também alertou sobre os esforços da China para usar contas falsas do LinkedIn para recrutar executivos e pesquisadores alemães como espiões.

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