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Airbnb estreia na bolsa com alta de 112% e tem maior IPO do ano nos EUA

Empresa de hospedagem faz a sua estreia na Nasdaq e atraiu apetite de investidores; caminho para o mercado de capitais foi bastante demorado, mas fecha ano turbulento para a empresa

10 dez 2020 - 15h55
(atualizado às 18h12)
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*Atualizado às 18h11 (horário de Brasília) para incluir atualização sobre o fechamento do mercado

O Airbnb, que permite a qualquer um hospedar um estranho em um quarto desocupado, finalmente fez a sua estreia na bolsa de valores. Após vários anos de expectativas e especulações, a empresa de Brian Chesky começou o dia com o preço inicial da ação a US$ 68, mas o interesse dos investidores foi bem além do esperado: ao final de seu primeiro dia na Nasdaq, a empresa teve valorização de 112% e encerrou o pregão cotada a US$ 144,71, com valor de mercado de US$ 99,995 bilhões.

Ao captar US$ 3,5 bilhões em sua abertura de capital, o Airbnb também fez o maior IPO do ano nos EUA, superando o serviço de delivery Doordash, que abriu capital na quarta-feira, 9, e levantou US$ 3,4 bilhões. O pregão demorou bastante para começar: após o Airbnb definir seu preço inicial de ação, a empresa passou por um leilão de quatro horas. Os papéis só começaram a ser negociados publicamente, por US$ 146, às 15h38 (horário de Brasília) , 115% acima do valor inicialmente oferecido pela empresa. Com tal cotação, a empresa vale mais do que a soma de marcas conhecidas do universo do turismo, como a empresa de tecnologia Expedia e a rede hoteleira Marriott.

O valor das ações chegou até a subir ainda mais, tendo preço máximo de US$ 165, mas depois se estabilizou na casa dos US$ 145. O apetite pegou de surpresa até mesmo o próprio presidente executivo do Airbnb. "Não sei mais o que dizer", disse Chesky, presidente executivo do Airbnb, quando foi informado sobre o possível preço de abertura das ações em uma entrevista à televisão da agência de notícias Bloomberg. "Estou muito emocionado com isso."

Abertura de capital põe fim a ano turbulento no Airbnb

Para muita gente dentro do Airbnb, a abertura de capital também é um alívio após um ano turbulento na empresa, que teve queda nas receitas, crises de imagem, demissão de milhares de funcionários e até mesmo corte em sua avaliação no mercado. Inicialmente, o plano era fazer o IPO no início de 2020, mas aí veio a pandemia, que afetou as receitas da empresa globalmente. Para se manter de pé, o Airbnb teve de levantar uma rodada de aportes abaixo do valor de mercado e pediu empréstimos multimilionários.

A recuperação veio: no terceiro trimestre, a empresa teve lucro de US$ 219 milhões, algo que não é uma rotina - segundo dados financeiros, a maior parte dos trimestres da companhia foi de prejuízo desde sua criação. Segundo relatórios, a companhia foi beneficiada por um corte profundo nos gastos e uma inesperada demanda em viagens locais - algo que não deve se repetir dada a tendência de segunda onda da pandemia observada nos EUA e na Europa.

A covid-19 segue sendo o maior desafio do Airbnb no curto prazo, uma vez que evita que as pessoas viagem e também porque a empresa pode ser responsabilizada caso não tome as medidas de segurança sanitária corretas. Um exemplo de que a startup está no caminho certo é a política de restrição de reservas para a noite do Ano Novo, evitando que festas possam ser realizadas.

Estadão
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